A greve dos caminhoneiros iniciada no início do mês, dia 1º de novembro, não obteve a adesão esperada pela categoria em território nacional. Apenas em Mato Grosso as paralisações tiveram engajamento suficiente para se fazer notar.
Contudo, em meados de dezembro a greve pode se intensificar por todo território nacional, afirmam lideranças do setor.
Diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti, afirma que uma nova assembleia será convocada no dia 11 em Canoas, no Rio Grande do Sul, e que isso pode reacender os ânimos dos caminhoneiros desfavoráveis ao governo.
Já Chorão, como é conhecido Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), disse estar articulando a greve em outros estados e junto de outras categorias de transporte, como motoristas de aplicativo.
“Converso com os setores porque a pauta de combustíveis é uma pauta de toda a sociedade, não apenas dos caminhoneiros. Trabalho para que todos os setores tenham o mesmo pensamento, e isso vai acontecer naturalmente porque vai ter mais aumento dos combustíveis”, disse.
A principal reivindicação da categoria é relacionada ao preço dos combustíveis. O diesel, por exemplo, já sofreu um reajuste de 65,5% desde o início deste ano.
Atualmente, a política de preços praticada pela Petrobras (chamada de Política de Paridade de Preços ou PPI), atrela o preço do petróleo no mercado nacional àquele praticado no mercado internacional, em dólar.
O governo Bolsonaro ofereceu a criação de um auxílio-diesel. No entanto, a solução apresentada não agradou a categoria.
“Temos um câncer: a PPI, que vincula o preço do combustível ao dólar. Mas nós não ganhamos em dólar. Precisamos que o governo tenha sensibilidade. Ficou claro que não querem desvincular o PPI. Lugares para mexer existem, mas o Ministério da Economia trabalha para os acionistas e leva o setor de transportes ao colapso”, argumentou Chorão.