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23/07/2007 00:00:00

Saúde


Saúde

A crise na Saúde do Estado de Alagoas – com a demissão dos médicos grevistas – ganhou mais um capítulo na manhã de hoje. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos, Wellington Galvão, está programada para a próxima sexta-feira, dia 27 de julho, cerca de 500 demissões incluindo as mais diversas especialidades médicas, inclusive a dos quatro únicos cirurgiões pediatras do Estado de Alagoas.

O número de demissões corresponde a 1/3 dos médicos do Estado.

As demissões – ainda de acordo com Galvão – devem atingir em cheio o funcionamento da Unidade de Emergência, já que grande parte dos médicos que aderiram ao movimento trabalham no hospital de pronto-socorro. Até agora, oito hematologistas já entraram com o pedido de demissão coletiva.

Os médicos que entregarem os pedidos, explica Galvão, “ainda trabalharão por 30 dias, cumprindo determinação do Conselho de Medicina”. “Nós vamos atender por este período em respeito à sociedade, já que o Governo do Estado não merece este respeito, pela forma como vem agindo com a categoria. Quem não respeita os médicos, é porque não se importa com a saúde da população”, destacou Wellington Galvão.

Na manhã de hoje, os médicos foram trabalhar vestidos de preto no Heomoal. “Durante estes 30 dias trabalharemos assim, em sinal de protesto”, disse o presidente do sindicato dos Médicos. Conforme Wellington Galvão, a nota oficial do Governo do Estado de Alagoas responsabilizando os médicos por qualquer morte que venha a ocorrer em decorrência da paralisação das atividades, só agravou a crise, já que os médicos estão mantendo os serviços de emergência.

O ato para as novas 500 demissões acontecerá na porta do Palácio República dos Palmares, por volta das 15 horas da sexta-feira. “Nós atenderemos a população e faremos o protesto pacífico. Em seguida, entregaremos as novas demissões”. De acordo com os números do Sindicato dos Médicos, o Estado conta com 1.656 médicos. A demissão – caso não seja reaberta a negociação para se conceder os 50% de aumento pedido pela categoria – segue mesmo depois destas 500 previstas. “A adesão é grande até por conta de uma questão de dignidade”, sentenciou.

Galvão disse ainda que o Governo do Estado mente quando diz que o movimento não é de toda a categoria. “Eles dizem que apenas poucos médicos estão envolvidos, porque alguns se encontram trabalhando. Os que estão no trabalho é porque não podem paralisar as atividades por conta da lei. Mas eles também pedirão demissão e se encontram junto e apoiando a categoria. O Governo tenta distorcer as coisas”, explicou Galvão.

Representação

O Sindicato dos Médicos entrou ainda com uma representação - junto ao Conselho Regional de Medicina – contra o Secretário de Saúde, André Valente, que também é medico. “Ele feriu o Código de Ética da categoria em seis artigos. Nós fizemos a representação e entregamos, cabe ao Conselho Regional decidir se vai entrar com o processo ou não. O Código prevê que o conselho deve ser solidário e não pode intimidar a categoria. Nós estamos com adesão maciça”, colocou Galvão.

Os médicos se reúnem em Assembléia Geral, na noite de hoje, às 19 horas, para discutir as diretrizes do movimento. “A nossa greve é ética e estamos recebendo apoio”, disse. Galvão não poupa Valente de críticas. Ele afirma que o secretário é “um tratorista dirigindo um avião”. “Ele diz que o Governo vai passar a contratar terceirizados. Lamentamos muito esta declaração, porque não há estes serviços no Estado. O secretário é desqualificado”, sentencia Galvão.

“As notas do Estado de Alagoas funcionaram como uma bomba em cima da categoria”, destaca o sindicalista. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos, os cardiologistas, cirurgiões pediatras, neonatologistas e os médicos do Samu já aderiram ao movimento demissionário.

O secretário de Saúde, André Valente, disse, por sua vez, que o Estado de Alagoas está fazendo de tudo para não deixar a população sem atendimento. De acordo com Valente, a sociedade pode ficar tranqüila. Em entrevista à imprensa, durante o fim de semana, o secretário cogitou a hipótese de terceirizar serviços enquanto não for realizado novo concurso.

Fonte - www.alagoas24horas.com.br // Luis Vilar

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