O vírus da hepatite B (HBV) já circula entre os humanos há pelo menos 10.000 anos, revela um estudo do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana com contribuições de investigadores de todo o mundo.
O estudo, publicado ontem (11) na revista Science, assentou na análise dos genomas do vírus -- que é atualmente responsável por perto de um milhão de mortes por ano - presentes em vestígios de 137 antigos habitantes da região da Eurásia e nativos americanos datados de entre há 10.500 anos até há 400 anos e analisou a evolução do HBV e as vias de disseminação, que acompanham rotas de migrações humanas.
Os investigadores concluíram que o HBV já estaria presente em grande parte da Europa antes da expansão da agricultura. "Pensa-se que muitos agentes patogênicos humanos surgiram após a introdução da agricultura, mas o HBV já estava claramente a afetar populações de caçadores recoletores pré-históricos", referiu Johannes Krause, diretor do Departamento de Arqueogênese do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva e um dos supervisores do estudo, citado num comunicado do instituto sobre a investigação.
Após a transição para o período Neolítico (entre 10.000 e 3.000 anos antes de Cristo) na Europa, as estirpes do HBV transportadas pelos caçadores recoletores foram substituídas por novas variantes com a dispersão dos primeiros agricultores na região, sendo que estas estirpes prevaleceram na Eurásia ocidental durante aproximadamente 4.000 anos.
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