O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu nesta segunda-feira (11) prorrogar, por 90 dias, dois inquéritos relacionados ao presidente Jair Bolsonaro e a seus aliados. Relator dos dois casos, Moraes deu prazo extra às investigações:
As duas investigações estão a cargo da Polícia Federal. No caso da ‘milícia digital’, a delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro já havia pedido a prorrogação ao STF na última semana.
No inquérito sobre a suposta interferência presidencial na PF, Moraes já havia determinado na última quinta (7) que a corporação tomasse o depoimento de Jair Bolsonaro em até um mês. Essa deve ser uma das últimas diligências realizadas pelos policiais na investigação.
A PF apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito e que se articularia em núcleos de produção, publicação, financiamento e político. Outra suspeita é de que esse grupo tenha sido abastecido com verba pública.
Uma das diligências pendentes é o depoimento do escritor Olavo de Carvalho. A PF quer apurar se há ligação do escritor com a suposta milícia digital. Os investigadores já ouviram blogueiros e youtubers que apoiam o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Nos depoimentos, a maioria dos “influencers” bolsonaristas admitiu que não tem conhecimento de problemas no sistema. Eles dizem que estavam apenas emitindo opiniões pessoais.
O inquérito foi aberto no começo de julho, após o ministro Alexandre de Moraes ter determinado o arquivamento do inquérito que investigou atos antidemocráticos deflagrados no início do ano passado. O arquivamento atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República.
“Considerando a expiração do prazo de permanência do inquérito em sede policial, bem como a necessidade de prosseguimento das investigações, determino: sigam os autos ao crivo do Exmo. Sr. Ministro Relator, para ciência e concessão de novo prazo para continuidade da apuração”, diz o documento assinado pela delegada Denisse Dias
A apuração foi aberta depois que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, ao deixar o governo, acusou Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na autonomia da Polícia Federal, solicitando relatórios de inteligência e pedindo trocas no comando da corporação.
Segundo Moro, Bolsonaro tentou interferir em investigações da PF ao cobrar a troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro e ao exonerar o então diretor-geral da corporação Maurício Valeixo, indicado por Moro. Bolsonaro nega ter tentado interferir na corporação.
agoranoticiasbrasil.com.