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com assessoria //

O prefeito do município de Coruripe, Marx Beltrão, se reuniu, na manhã de ontem, 23, em seu gabinete, com o engenheiro Max Welber (Eisa Alagoas), Paulo Renato (Setor Fiscal) e Lumara Passos (Setor Jurídico), todos representantes do Grupo Synergy, responsável pela instalação do estaleiro Eisa Alagoas, prevista para ser iniciada em janeiro de 2010, no povoado do Pontal do Coruripe, no Litoral Sul do Estado. O objetivo principal da reunião foi discutir a implementação de procedimentos que viabilizem o processo de instalação da referida indústria naval na cidade.

Também participaram da reunião o deputado estadual João Beltrão, o superintendente de Logística da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Energia e Logística, André Toledo de Paffer; o vice-prefeito de Coruripe, George Guido; o secretário municipal de Finanças, Jorge Galvão, de Infraestrutura, Edinaldo Moraes; o chefe do Setor Municipal de Tributos, Paulo Bentes, e o secretário municipal de Meio Ambiente, Indústria, Comércio e Desenvolvimento, José Edson, que discutiram assuntos referentes à infraestrutura local para a instalação do Eisa Alagoas, já pensando em atender também as empresas que possivelmente se tornarão fornecedoras de matéria-prima ou prestação de serviços; incentivos fiscais por parte da municipalidade; preparação e capacitação de mão de obra dos habitantes locais para atender à demanda exigida pelo estaleiro; locação dos funcionários no entorno da empresa, dentre outros.

Infraestrutura

Conforme discussão empreendida durante a reunião, por conta do colossal desenvolvimento que possivelmente será gerado pela instalação do estaleiro, o que transformará de forma positiva o município de Coruripe, a infraestrutura local terá de sofrer severas mudanças para atender o considerável aumento do fluxo de pessoas que passarão a freqüentar Coruripe, bem como de veículos que transitarão todos os dias pelas vias do local, haja vista que o estaleiro Eisa Alagoas irá gerar, segundo estimativas, cerca de 4,5 mil empregos diretos e outros 20 mil indiretos.

Coruripe também terá que dispor de estrutura capaz de comportar várias empresas, que possivelmente se instalarão na cidade atraídas pelo estaleiro. “Faremos todo o possível para atender as necessidades e viabilizar a contínua montagem do estaleiro o mais rápido possível, pois todos os esforços, por parte da administração pública local, terá um retorno significante através da geração de vários empregos, o que trará a Coruripe um desenvolvimento jamais visto nesta região de Alagoas”, disse o prefeito Marx Beltrão.

Um dos beneficiamentos que deverão ocorrer na infraestrutura, não só do município de Coruripe como de toda a região sul alagoana, é o melhoramento da rodovia AL-101/Sul, haja vista que, segundo Max Welber, engenheiro do Eisa Alagoas e que representou, durante a reunião, o empresário German Efromovich, presidente do Grupo Synergy, o fluxo de caminhões que transitam pela citada autoestrada será bastante inflado para atender as necessidades diárias do estaleiro.

Subestação de energia elétrica

Uma das providências emergenciais a serem tomadas para a realização da instalação do estaleiro, com relação à infraestrutura local, é o aumento da potência da distribuição de energia elétrica no município, já que o total gerado, hoje, para toda a cidade é de 10MVA, capacidade insuficiente para atender à demanda do Eisa Alagoas, segundo o responsável pelo setor elétrico da Prefeitura de Coruripe, Mizael Farias. “A geração de energia elétrica do município deve ser, no mínimo, dobrada, para que o estaleiro desempenhe seus trabalhos sem maiores problemas”, disse.

Segundo o prefeito Marx Beltrão, deverá ser instalada uma subestação de energia elétrica na região do povoado Poxim, para tanto há um projeto em vigência para possível instalação da referida subestação pela Ceal, porém, segundo o secretário municipal de Infraestrutura, Edinaldo Moraes, ainda não há nada definido.

Incentivos fiscais

Questionado, durante a reunião, por Paulo Renato e Lumara Passos, dos setores fiscal e jurídico do Grupo Sinergy, respectivamente, a respeito de quais tipos de incentivos fiscais seriam disponibilizados pelo Governo Municipal ao estaleiro, o prefeito Marx Beltrão disse que tais incentivos serão definidos em comum acordo entre prefeitura e empresa e consequente aprovação do Poder Legislativo do município.

“Nosso intuito é trocar benefícios. Nós concedemos investimentos ficais e o estaleiro, em contrapartida, disponibiliza a maior fatia de empregos para o povo coruripense, o que resultará num desenvolvimento sócio-econômico notável, melhorando as condições de vida da comunidade local”, enfatizou Marx.

Capacitação de mão de obra

Capacitar profissionais do próprio município para preencher as vagas que serão disponibilizadas pelo Eisa Alagoas é uma das principais preocupações da Prefeitura de Coruripe. Visando isso, o Executivo municipal já se mobiliza para viabilizar a implantação de cursos profissionalizantes e de capacitação na própria cidade.

Reforçando tal objetivo, já há um acordo pré-firmado com o Senai e negociações com o Sebrae para o desenvolvimento de tais cursos entre os habitantes da comunidade local. “O objetivo é trazer esses cursos para Coruripe e, assim, capacitar os nossos conterrâneos na própria cidade, para tanto já estamos nos mobilizando para oferecer locais adequados para o desenvolvimento dos cursos”, reforçou Marx, solicitando ao representante do Governo do Estado na reunião, André Toledo de Paffer, a mediação de uma negociação para que o governador Teotônio Vilela libere o prédio de uma escola profissionalizante pertencente à instância estadual, inaugurada no município há exatos dois anos e dez meses, porém nunca utilizada, para que na mesma sejam realizados os cursos de soldador, serralheiro, caldeireiro, dentre outros.

O estaleiro Eisa Alagoas terá capacidade para processar cerca de 160 mil toneladas de aço e construir, segundo estimativas, 4 navios ao ano, além de plataformas. O maior empreendimento da história de Alagoas será instalado numa área de 2 milhões de metros quadrados, cujo investimento está orçado em cerca de R$ 1,5 bilhão. A expectativa é de que o Eisa Alagoas aumente o número de empregos diretos de forma gradativa nos três primeiros anos, sendo mil para o primeiro, 2,5 mil para o segundo e 4,5 mil para o terceiro ano.
O prefeito aproveitou a oportunidade para reforçar seu desejo de que o estaleiro dê preferência à mão de obra e empresas do próprio município. “Sabemos que Coruripe não tem disponível toda a mão de obra da qual o estaleiro precisará, nem empresas suficientes para atender às exigências do Eisa Alagoas, mas faremos o possível para que os cidadãos que compõem nossa comunidade tenham a oportunidade de conseguir o tão sonhado emprego, a partir de então nos preocuparemos com a região e com todo o resto do estado”, comentou Marx Beltrão.

Por sua vez, Max Welber, ressaltou, que “o intuito é que todos os benefícios vindouros sejam disseminados no entorno do estaleiro”.

Outra preocupação do gestor municipal é com as possíveis mazelas que o brusco desenvolvimento poderá trazer. Preventivamente o município já busca soluções para combater os referidos problemas. Marx também estabeleceu como ponto primordial, que empresas de outras cidades que, atraídas pelo estaleiro queiram se fixar em Coruripe, lotem CNPJ na cidade, para que a arrecadação fiscal do município seja ampliada, gerando beneficiamento estrutural urbano e melhorias dos demais setores do local.

Outras várias reuniões estão previstas para serem realizadas com o intuito de sanar os entraves burocráticos e efetivar os trabalhos de instalação do estaleiro, previstos para o início de janeiro de 2010.