A Polícia Federal realizou uma operação nesta terça-feira contra suspeitos de integrar a quadrilha responsável pelo mega-assalto a duas agências bancárias em Araçatuba (SP). O episódio ocorrido em 30 de agosto deixou três mortos, dos quais dois moradores da cidade.
Os agentes cumpriram 20 mandados de busca e apreensão: oito em Campinas, seis em São Paulo, três em Piracicaba, duas em Araçatuba e uma em Guarulhos. O oitavo suspeito de participar do ataque foi preso na capital paulista. A ação teve apoio da Polícia Militar.
Sem dar detalhes, a polícia informou que o indivíduo preso temporariamente foi interrogado e encaminhado ao "presídio local", onde deve ficar à disposição da Justiça. Nas últimas duas semanas, é o oitavo suspeito de integrar a quadrilha — outros dois, que já haviam sido identificados, morreram após o crime. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal em Araçatuba.
O mega-assalto, que teve tiroteio e bombas espalhadas pela cidade para dificultar a ação da polícia, deixou cinco feridos, incluindo um morador atingido pela explosão de um artefato (ele teve os pés amputados). Três tiveram alta na Santa Casa de Araçatuba desde então, e um paciente de 31 anos segue internado. Segundo boletim médico divulgado nesta manhã, ele foi extubado, está consciente e segue na UTI para passar por cirurgir para correção de fratura na mandíbula. O quinto ferido deu entrada num hospital em Piracicaba logo após o ataque.
Em 30 de agosto, uma quadrilha espalhou terror pela cidade durante a madrugada, num assalto a duas agências bancárias, do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Por mais de duas horas, os criminosos abordaram motoristas, fizeram reféns, amarraram pessoas em veículos, usaram outras como escudos e cercaram bases e viaturas da PM. A ação contou com drones e diversos veículos foram queimados pela cidade.
Segundo a polícia, cerca de 20 criminosos participaram da ação. Três pessoas morreram, entre elas um dos criminosos. Moradores relataram ao GLOBO que a ação terminou entre 2h e 3h, mas a tensão permaneceu desde então em razão das bombas espalhadas pela cidade. O Gate desarmou 98 bombas e as detonou os cerca de 100kg de explosivos num aterro sanitário da região.
O ataque chamou a atenção de especialistas em segurança pública pela organização e a quantidade de armamento do grupo. Os estudiosos alertam que para deter este tipo de crime é preciso trabalho de inteligência e de preparação, e não basta apenas patrulhamento preventivo.