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Acidente
04/09/2021 21:00:00

HGE contabiliza este ano mais de 1.400 acidentes de moto

No total, foram 3.343 ocorrências de trânsito, no período de janeiro a julho


HGE contabiliza este ano mais de 1.400 acidentes de moto

Este ano diversos acidentes de trânsito foram registrados na capital alagoana, especialmente nas Avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro, 1.408 deles envolvendo motociclistas. De acordo com dados do Hospital Geral do Estado (HGE), 3.343 pessoas deram entrada na unidade de saúde por acidente de trânsito entre janeiro e julho de 2021.

Embora expressivo, o número de acidentes de trânsito com motociclistas é menor que o registrado no mesmo período de 2020, quando ocorreram 1.702. O problema, é que esses acidentes representam um grande risco aos seus condutores, que estão mais desprotegidos em relação aos motoristas de carros ou veículos maiores.

Na última quarta-feira (1º), um motociclista morreu em um acidente na Avenida Durval de Góes Monteiro, no Tabuleiro do Martins, Parte alta de Maceió. A informação é de que ele se desequilibrou após bater em um carro e caiu na faixa azul, pista exclusiva para ônibus e um coletivo que vinha logo atrás passou por cima da cabeça da vítima.

No dia 14 de agosto, também num trecho próximo do local do acidente anterior, duas pessoas morreram após uma colisão entre um carro e uma moto. Uma das vítimas foi o mototaxista José Ailton da Silva. Revoltados com o incidente, populares que presenciaram o acidente atearam fogo no automóvel. Segundo testemunhas, o motorista do carro de modelo Jetta, de cor branca, estava fazendo uma disputa de racha, em alta velocidade, quando colidiu com a motocicleta Honda, de cor preta.

No dia 23 de julho, outro acidente foi registrado, desta vez, na Avenida Fernandes Lima, quando o motorista identificado como Sérgio Praxedes pegou a contramão da via embriagado e atropelou duas motocicletas. Pedro Alves de Souza Júnior, de 31 anos, e José Cícero da Silva Santos, de 45, não resistiram à gravidade dos ferimentos e faleceram.

Antônio Monteiro, especialista em trânsito explicou que a volta dos veículos nas ruas com a flexibilização do decreto por conta da pandemia está sendo marcada por pessoas mais exaltadas no trânsito, inclusive com o consumo de álcool mais forte.

Com alta de combustíveis, ruas têm mais mototáxis

 

A retomada da economia também é observada pelo especialista, que destacou o aumento do preço dos combustíveis, e com isso, consequentemente a migração ou circulação maior de motos com aplicativos entrega ou mototaxista. “Diversas pessoas que tinham outro emprego vieram para esse tipo de trabalho, e passou a utilizar a moto e começa a incorrer alguns pontos de imperícia, imprudência e desrespeito a legislação”, frisou.

O especialista salientou que a imperícia se dá porque a grande maioria dessas pessoas não passou pelo processo adequado de formação no Centro de Formação de Condutores (CFC) das autoescolas. “Existe uma grande defasagem da qualidade desse aprendizado ou quando muitos são inabilidades como é na questão do interior, que os motociclistas não sabem pilotar”, observou.

No que diz respeito à imprudência, Antônio Monteiro ressaltou que vem à tona, a questão do uso inadequado do capacete ou quando não usa o mesmo, bem como o excesso de passageiros na moto; a velocidade e principalmente a questão das mortes que acontecem pela moto trafegar no corredor. “A princípio o Código de Trânsito não é tácito no que se refere a proibição de não moto no corredor, ele diz que todo condutor deve guardar distância segura e aí não diz qual é essa distância e fica difícil a fiscalização”, disse.

“Mas a gente remete a questão de cada condutor se proteger e não se lançar. O acidente de trânsito não é causado pelo azar, ele é causado 95% por falha humana. Sobre a velocidade não é ela quem determina, porém a gravidade do acidente sim e a fiscalização é fundamental neste ponto, como os radares que antes existiam”, emendou.

Antônio Monteiro, especialista em trânsito, mencionou também que os cuidados são necessários e devem ser mantidos, incluindo o respeito à legislação de trânsito.

Maceió teve registro de 468 ocorrências no trânsito

A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) informou que de primeiro de janeiro a 31 de agosto de 2021, 468 acidentes foram registrados na capital. No mesmo período de 2020, foram contabilizadas 675 ocorrências na malha viária urbana.

Somente nas avenidas Durval de Góes Monteiro, Fernandes Lima e Menino Marcelo, 138 acidentes já foram atendidos pelos agentes da SMTT no ano de 2021. Em 2020 foram 200 atendimentos.

Em 2021, 251 motocicletas, motonetas e ciclomotores se envolveram em acidentes na malha viária da capital. No mesmo período do ano passado, foram 254.

O órgão faz um alerta aos condutores e orienta que respeitem as sinalizações implantadas ao longo das vias, respeitem os limites de velocidade e adotem a direção defensiva, para evitar a ocorrência de acidentes na malha viária urbana.

A Superintendência comunicou que ainda não há informação sobre o que causou o acidente, mas o órgão segue a orientação aos motoristas que respeitem as sinalizações instaladas nas vias, os limites de velocidade e adotem a direção defensiva, para evitar colisões.

Recomenda ainda que os motoristas tenham consciência na hora de dirigir e que respeitem as sinalizações que ficam pelas vias da cidade, os limites de velocidade e adotem a direção defensiva, para evitar mais acidentes.

Estrutura é municipalizada há pelo menos 22 anos

 

Há 22 anos, o trânsito é municipalizado e apenas 16 cidades alagoanas possuem estrutura de SMTT.  De acordo com Antônio Monteiro, especialista em trânsito, um relatório foi apresentado para o Conselho Estadual de Trânsito no tocante remetê-lo ao Tribunal de Contas, Ministério Público e demais órgãos fiscalizadores.

Arapiraca, por exemplo, conseguiu reduzir na região metropolitana 55% o número de acidentes, fazendo campanhas, programa de redução de vítimas fatais entre a faixa etária de 18, 19 e 20 anos.

Em São Sebastião, que foi inaugurada a última SMTT em 2018, os acidentes foram reduzidos em 78% o número de vítimas fatais e a cidade de Campo Alegre que está em organização e montagem da SMTT, inaugurou e formalizou o pedido de funcionamento a integração ao Denatran e também teve 71% de redução no número de mortes no trânsito.

“Os municípios que trabalham e assumem essa responsabilidade já se tem o resultado fortemente positivo na redução do número de vítimas”, frisou Monteiro.

EDUCAÇÃO

Outra colocação importante que ele fez foi em decorrência da responsabilidade das empresas, para a necessidade de investimentos na educação de trânsito dos seus trabalhadores. Segundo Antônio, o acidente seja ele de trabalho ou não quando ocorre afasta o funcionário fazendo perder a capacidade produtiva dele.

“As empresas devem investir em palestras com orientações amenizando os impactos na empresa, e não ter a perda desse trabalhador. Então algumas empresas estão na vanguarda e contratando especialistas e trabalhando essa questão também”, completou.

Fonte: Tribuna Independente / Ana Paula Omena



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