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O clima político está tenso no município de Água Branca, no sertão de Alagoas, em razão de uma sessão extraordinária marcada pela Câmara de Vereadores para este sábado,17, às 9h, quando será votado o pedido de cassação do vereador José Heráclito (PSB).

O pedido é baseado em um suposto ato de quebra de decoro praticado pelo vereador em seu mandato anterior, em dezembro de 2007. Na ocasião, ele teria deixado de pagar R$ 600 ao então vereador Paulo Zuza, referente à sua participação em uma sessão extraordinária. Em maio deste ano, mais de dois anos depois, o prefeito de Água Branca, José Rodrigues Gomes, o ‘Zé Dorinha’ (PMDB) e o ex-vereador Zuza protocolaram denúncia na Câmara pedindo a cassação de Heráclito.

Segundo Ailton Paranhos, advogado de Heráclito, o verdadeiro motivo do pedido de cassação é o fato de seu cliente fazer oposição ao prefeito: “Isso é uma prova de coronelismo do prefeito, que determinou aos vereadores essa cassação antidemocrática. Além de não haver provas de que o dinheiro não foi entregue, isso aconteceu na legislação anterior”, criticou Paranhos.

O advogado acrescentou que seis dos nove vereadores já estão orquestrados pelo prefeito para aprovar a cassação. “A bancada é comandada pelo prefeito”, disse, explicando que, caso a sessão de amanhã ocorra, irá entrar com um mandado de segurança na próxima segunda-feira, 19.

Procurado pela reportagem do Alagoas24horas, o presidente da Câmara de Água Branca, José Paulo Araújo (PMDB) negou que o pedido de cassação tenha motivações pessoais e afirmou que há provas de que Heráclito cometeu quebra de decoro: “Ele depositou os R$ 600 devidos na conta da prefeitura”.

Sobre a denúncia só ter sido feita mais de dois anos depois do fato, Araújo disse que não sabe o motivo da demora, já que coube a Câmara apenas protocolar a denúncia. “Fizemos tudo dentro da legalidade, formamos uma comissão e o vereador entrou na justiça, que ontem deu parecer favorável a Câmara”, explicou, confirmando a realização da sessão de amanhã.