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13/10/2009 00:00:00

Municípios


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com gazetaweb // assessoria

Os cerca de 1.500 agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em marcha desde o último dia 30, de Delmiro Gouveia a Maceió, chegaram na manhã desta terça à segunda maior cidade do estado, onde permanecem acampados no ginásio de uma escola pública do município, cedida pelo próprio prefeito Luciano Barbosa. Em ato público, que acontece às 16 horas no calçadão da Praça Marques, no Centro, a organização pretende lançar publicamente o debate sobre as consequências da instalação da mineradora de capital canadense, Vale Verde, na região.

A Marcha Estadual por Reforma Agrária e Soberania Popular já percorreu mais de 150 km em direção à capital, com chegada prevista para o final deste mês. Com trabalhadores de todas as regiões do estado, a iniciativa vem sendo recebida calorosamente pelas populações das localidades por onde passa o movimento, levando consigo informações sobre o agronegócio, a mineração, além de outros temas relacionados à vida do povo campesino.

Segundo a coordenação da marcha, a empresa Aura Gold Minerals (Vale Verde) não está interessada em fazer publicamente o debate sobre as consequências da exploração do meio ambiente em solo alagoano. “Sabemos que a degradação irá além do que poderemos enxergar a olho nu, nesses vinte anos de exploração. Os resíduos tóxicos da mineração permanecerão no ar, na água e nos solos, recursos comuns à população, que não estão necessariamente na área comprada pela empresa”, afirma José Carlos Silva, coordenador do MST.

Para ele, ao contrário do que defendem as autoridades, a compra desregulada de pequenas propriedades de terra na região já traz prejuízos ao homem do campo, que se vê expulso de seu meio e acaba sendo obrigado a intensificar a favelização dos centros urbanos. O coordenador argumenta ainda que as milhões de toneladas de minério de ferro, cobre e ouro vêm sendo investigadas desde a década de 1980, por meio de pesquisas realizadas com dinheiro público. Segundo o MST, a empresa garantirá um lucro de aproximadamente R$ 200 milhões por ano.

A marcha tem como objetivo pautar a realização da Reforma Agrária por parte do poder público, a garantia não somente das desapropriações de terras que não cumpram sua função social, mas também a expansão da estrutura de habitação, saúde e educação nos assentamentos.



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