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11/10/2009 00:00:00

Polícia


Polícia

gazetaweb - reportagem de bruno soriano

O número de crimes por arma de fogo cometidos entre a zero hora da última sexta-feira e as 22 horas deste domingo dobrou em relação ao mesmo período do fim de semana anterior – compreendido entre os dias 3 e 5 de outubro, quando o Centro Integrado de Operações da Defesa Social (Ciods) registrou ‘apenas’ seis homicídios na capital e interior do estado. Neste fim de semana – cujo feriadão ainda não cessou –, o Instituto Médico Legal (IML) de Maceió já recebeu 13 corpos: somente neste domingo, oito deram entrada vítimas da violência que assola o estado.

Na noite de sexta-feira, dois casos, em especial, chamaram a atenção da polícia. O servente de pedreiro Carlos Dimas dos Santos, de 22 anos, foi assassinado a tiros no Conjunto Virgem dos Pobres I, no Vergel do Lago, em Maceió. No local do crime – conhecida como ‘faixa vermelha’, impera a lei do silêncio, o que dificultou a colheita de informações pela polícia judiciária. As primeiras informações dão conta de que a vítima não teria inimizades. Por isso, ainda não se tem a quem atribuir o homicídio.

Já na Rua Nova Basília, no Conjunto Medeiros Neto, bairro do Tabuleiro, outro homem foi assassinado a tiros também na noite de sexta. A vítima foi Nilton Jorge Lins Correia, de 20 anos, executado por dois homens que estavam em uma moto Dafra, de cor amarela e placa não anotada. Familiares informaram que Milton era usuário de drogas – o que leva a polícia a acreditar que o crime tenha sido fruto de um acerto de contas.

Já no sábado, outros três casos. 'Destaque' para o caso envolvendo o ambulante Manoel Robson Leite da Silva, de 32 anos, morto por volta das 21h30 na Favela do Botinha, também no Vergel do Lago. O crime aconteceu dentro da residência da vítima, que morreu sem qualquer chance de defesa. De acordo com o capitão Roberto Goulart, do 1º Batalhão da Polícia Militar, a mulher de Manoel, Norma Ventura, contou que estava na companhia do marido e da filha pequena, de apenas dois anos, quando um homem bateu na porta do barraco e chamou pelo nome do marido dela. Quando o mesmo se dirigiu à porta, foi atingido por vários disparos de revólver.

A polícia tentou interrogar moradores da favela, mas, ‘como de costume’ ninguém quis falar sobre o crime. “Todo mundo entrou em suas casas muito rapidamente”, contou o militar, sobre a vítima que negociava produtos usados na feira popular da Praça Guedes de Miranda, no Centro da cidade.

Domingo sangrento

O domingo foi o dia em que a população maceioense ficou estupefata com a ousadia dos criminosos. Em plena tarde ensolarada, quando muitos banhistas se encontravam na movimentada Praia de Pajuçara, em Maceió, um homem executou um jovem identificado como Luciano Paulo Bezerra, 19, com pelo menos cinco disparos de arma de fogo. A cena foi presenciada por dezenas de pessoas e o acusado, menor de idade, acabou preso alguns metros adiante por uma guarnição da Radiopatrulha. A vítima não resistiu aos ferimentos e faleceu ainda na areia da praia.

Também nesse domingo, uma mulher identificada apenas como 'Nena Bronze' foi morta a tiros no final da tarde, no bairro Chã da Jaqueira, nas proximidades de um condomínio do PAR (Programa de Arrendamento Residencial). Segundo militares do 4º Batalhão, a mulher seria prostituta e, no momento do crime, estaria acompanhada de três homens, também não identificados. A polícia suspeita de que a vítima teria discutido com os rapazes, chegando às vias de fato, quando um deles teria puxado uma arma e efetuado os disparos. Os homens conseguiram fugir à pé, sem deixar pistas, segundo o comandante da guarnição, capitão César Monteiro.

Além destes, a polícia também foi acionada, nesse domingo, para outro caso ‘curioso’. Colombo Buarque Lemos de Lima, 29, foi assassinado com pelo menos oito tiros depois de ser atropelado na Avenida Gustavo Paiva, a pista de acesso ao município de Rio Largo. Homens armados em um veículo Gol derrubaram a vítima de uma moto conduzida pela mesma e, em seguida, efetuaram os disparos à queima roupa.

Minutos depois, a polícia conseguiu localizar o veículo suspeito de ter sido usado na ação criminosa, no bairro Forene. O proprietário do carro - ainda não identificado - alegou que teria sido roubado e que, inclusive, prestara queixa na delegacia. Contudo, a polícia duvidou da veracidade da informação e decidiu encaminhá-lo à Delegacia de Plantão 2, no Salvador Lyra, já que o automóvel, coincidentemente, apresentava parte de sua lataria danificada – em virtude, provavelmente, do choque com o carro da vítima.

O caso deve ser investigado pela equipe do 10º Distrito Policial, que cobre a área onde o veículo foi encontrado.


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