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06/10/2009 00:00:00

Economia


Economia

com R7 //

Apesar da melhora na economia brasileira e da diminuição da taxa básica do país, a Selic, os juros cobrados dos consumidores ainda são muito altos. Os últimos dados divulgados pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) revelam que o juro médio para pessoa física estava em 7,08% ao mês em agosto, o que representa uma taxa de 127,25% ao ano.
 
Ao contrário do que se esperava, a queda dos juros para o consumidor não tem acompanhando o ritmo de redução da Selic.
 
Segundo o presidente da Anefac, Miguel Oliveira, a taxa básica brasileira, atualmente em 8,75% ao ano, caiu 36,36% neste ano, até agosto, enquanto o juro para pessoa física recuou apenas 7,73%.
 
- O brasileiro paga três vezes mais juros nas operações de crédito do que seria razoável.
 
Na avaliação de Marcos Cintra, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a forte concentração bancária no Brasil e a falta de concorrência no setor impendem que os juros para os consumidores sejam menores.
 
- No Brasil, não há muita diferença nos juros entre um banco e outro.
 
Incluindo a compra da Nossa Caixa e do Votorantim pelo Banco do Brasil e a fusão do Itaú com o Unibanco, os cinco maiores bancos do país detêm mais de 70% do total de ativos do setor, segundo dados divulgados pelo Banco Central em junho.
 
Os bancos, por sua vez, culpam a inadimplência. Rubens Sardenberg, economista da Febraban (que representa os bancos), ressalta que a inadimplência é responsável por cerca de 35% do juro cobrado dos consumidores.
 
- Os impostos diretos e indiretos, os compulsórios [dinheiro que as instituições financeiras são obrigadas a depositar no Banco Central], os custos administrativos e o spread [diferença entre os juros que os bancos pagam para ter o dinheiro e a taxa que cobram do cliente na hora do empréstimo] são outras variáveis que pesam no juro para o consumidor.

Entenda a diferença entre Selic e juros ao consumidor

Taxas para pessoas físicas sofrem influencia de vários fatores, como risco de inadimplência e impostos

A Selic é chamada de taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como um piso para a formação dos demais juros cobrados no mercado, que são influenciados também por outros fatores, como o risco de quem pegou o dinheiro emprestado não pagar a dívida. Ela é usada nos empréstimos interbancários (entre bancos) e nas aplicações que os bancos fazem em títulos públicos federais.

É a partir da Selic que as instituições financeiras definem também quanto vão pagar de juros nas aplicações dos seus clientes. Ou seja, a taxa básica é o que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos, a um custo muito mais alto. Por isso os juros que os bancos cobram dos clientes é superior à Selic.

Além disso, outras variáveis estão envolvidas na formação das taxas de empréstimos, como a inadimplência, a margem de lucro dos bancos, a carga de impostos sobre operações financeiras e o custo administrativo das agências.

O presidente da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Oliveira, avalia, que os juros para empréstimos ao consumidor e empresas sempre serão maiores do que a Selic, mas acrescenta que não há uma "explicação técnica" para a diferença ser "tão" expressiva.

A taxa Selic está atualmente em 8,75% ao ano, enquanto os juros para os consumidores, estão, na média, em 127,25% ao ano, segundo dados da Anefac de agosto.



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