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29/09/2009 00:00:00

Polícia


Polícia

com alagoas24horas // cláudia galvão

Uma tragédia aparentemente sem explicação resultou no brutal assassinato de duas crianças, de sete e 11 anos, e em um adolescente ferido pela própria mãe. Os crimes ocorreram por volta das 3h desta terça-feira, 29, em uma residência de classe média localizada na Rua Acaraú, nº 81, nas imediações do Aeroclube de Maceió.

A acusada do crime, a mãe das crianças, foi identificada como Arlene Régis dos Santos, de 35 anos. A assassina foi presa pela polícia ainda na cena do crime, após ter sido alertada por vizinhos. Ao chegar à residência, os policiais encontraram Arlene ao lado da cama onde asfixiou e esfaqueou os filhos de 7 e 11 anos.

O crime

De acordo com o filho mais velho de Arlene Régis dos Santos e Abelardo Pedro Nobre Junior, um menor de 15 anos, as três crianças dormiam em um quarto, mas na noite de ontem Arlene teria insistido para que os dois menores dormissem no quarto do casal, que enfrentava mais uma crise no relacionamento, resultando na ida do pai para a residência da família.

Durante a madrugada, segundo os primeiros levantamentos, Arlene teria se levantado e usado um pano para asfixiar o menor de sete anos, que morreu sem esboçar reação. Já o menino de 11 teria tentado se desvencilhar da mãe durante a asfixia e foi esfaqueado várias vezes, no peito e no pescoço.

Após matar os filhos menores, Arlene teria se dirigido ao quarto das crianças, onde tentou matar o filho adolescente, que graças ao seu reflexo conseguiu fugir da mãe e procurou abrigo na casa de um vizinho. Vizinho, aliás, que acionou a polícia.

Após o crime, que resultou na morte de Anthony Pedro Santos Nobre, 7, e Abelardo Pedro Nobre Neto, 11, Arlene teria entrado em surto e afirmado que estava 'possuída' e que não teria matado os filhos e sim um ‘espírito do mal’. A acusada foi encontrada ao lado da cama, junto aos corpos dos filhos menores.

O crime mobilizou familiares e amigos, que ficaram chocados com a tragédia. O pai das crianças é proprietário de um cursinho preparatório para vestibular e concursos e já teria sido candidato a deputado estadual. Abelardo Pedro Jr. se encontra no Instituto Médico Legal Estácio de Lima.

Já a acusada foi levada para a Delegacia de Plantão II, no Salvador Lyra, onde será autuada em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio. O avô das crianças disse à reportagem do Alagoas24horas que Arlene sempre foi uma pessoa instável e que estaria envolvida com candomblé. Ainda segundo o sogro, o relacionamento do casal seria marcados pelos rompantes da mulher.

Após matar filhos, acusada se diz possuída

Momentos após matar dois dos três filhos, Anthony Pedro Santos Nobre, 7, e Abelardo Pedro Nobre Neto, 11, Arlene Régis dos Santos, de 35 anos, disse que teria ‘incorporado’ uma entidade. A manifestação ocorreu no começo da manhã desta terça-feira, 29, na cela da Delegacia de Plantão II, no Salvador Lyra, e obrigou o delegado Antonio Carlos Lessa a acionar uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para sedá-la.

A dona-de-casa, que durante mais de dez anos teria participado de ritos do candomblé, de acordo com familiares, teria deixado a seita e entrado para uma igreja evangélica. Durante sua suposta ‘incorporação’, a entidade teria dito que veio buscar ‘as coisas que ela (Arlene) mais amava'. A manifestação foi acompanhada pelo delegado e policiais, que precisaram conter Arlene.

Ainda no local do crime, enquanto familiares e vizinhos acompanhavam o trabalho dos policiais e a remoção do corpo das crianças, o sogro da acusada falou com a reportagem do Alagoas24horas. Segundo Abelardo Pedro, Arlene tinha um comportamento bastante controvertido, inclusive destruindo e se desfazendo dos objetos pessoais da família.

O sogro afirma que viajou por diversas vezes a Caruaru, onde comprava confecções para que a nora revendesse em Maceió e ela sempre se desfazia da mercadoria. O casal, segundo o sogro, estaria mais uma vez separado. Nas separações anteriores, o filho teria voltado depois que Arlene teria ameaçado matá-lo e posteriormente se matar.

Indagados sobre o comportamento de Arlene com as crianças, vizinhos afirmaram que a acusada teria uma ligação muito forte, sobretudo, com o caçula, que foi morto por asfixia.

Na cena do crime, os policiais encontraram velas acesas em meio a fotografias das crianças, comida espalhada pela residência, além de uma grande bagunça.


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