O presidente da associação afirma que houve uma interrupção da cadeia de produção dos insumos, depois de um incêndio em uma fábrica de chips no Japão, assinalou paradas de produção na Europa e nos Estados Unidos, além do aumento da demanda pelos produtos.
O aumento dos preços dos insumos também é visto com preocupação. O aço, matéria-prima essencial para a produção automotiva, é um dos itens citados com grande aumento de preços. “Vamos ter um problema sério na cadeia, os fornecedores não têm folego para esse aumento de preços. Nenhum consumidor vai conseguir suportar todos os repasses da indústria”, afirma
Quais as preocupações do setor automotivo? A Anfavea se mostra bastante preocupada com a situação brasileira. Alguns dos pontos mencionados foram o controle da inflação e o aumento da taxa juros, a falta de insumos, aumento dos preços de matérias-primas e o ritmo lento da vacinação.
“Terminamos o trimestre relativamente bem, com números aceitáveis, considerando toda a situação. Mas olhando para frente, nós ficamos bastante preocupados, porque tem gente em Brasília pensando na eleição de 2022 e não em cuidar das pessoas”, afirma Moraes.
Em março, foram produzidos 200,3 mil veículos (carros, comerciais leves, caminhões e ônibus), com leve alta de 1,7% em comparação ao mês anterior. O resultado do primeiro trimestre do ano também foi positivo, com produção de 597,8 mil unidades – que representa alta de 2% em comparação ao mesmo período de 2020.
Como está a produção brasileira? O Brasil ainda tem cinco montadoras e 10 fábricas com paralisação total ou parcial em quatro Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), realidade que impacta 5.500 funcionários. Segundo Moraes, todas devem abrir até a próxima semana.
Em 31 de março, a paralisação atingia 14 montadoras e 30 fábricas em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. Na data, a decisão impactou 65 mil funcionários.
Os dados consideram as 25 montadoras e 60 fábricas associadas à Anfavea em 10 estados.
Por que as empresas decidiram paralisar a produção? Por causa do avanço da pandemia, para diminuir a circulação de pessoas, e também por falta de insumos. “Várias cidades decidiram fechar as cidades por causa da antecipação de feriados. As empresas também aproveitaram para ajustar a produção por falta de componentes e peças”, afirma Moraes.
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