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Alagoas registrou um aumento da área de seca moderada no mês de fevereiro, segundo levantamento do Monitor de Secas do Brasil da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Segundo o relatório, a expansão ocorreu no centro-sul do estado, devido à falta de chuvas na região.
A totalidade do estado está coberta por seca, segundo o relatório, sendo a maior parte dela uma seca fraca. Nas regiões mais afastadas do litoral, contudo, a situação é majoritariamente de seca moderada, com uma faixa do Sertão que faz divisa com Sergipe classificada como seca grave.
Segundo o meteorologista Vinícius Pinho, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), o aumento ocorreu em uma região que abrange parte da Zona da Mata e do Agreste Alagoano. “Muito se deve à redução no nível dos pequenos reservatórios, o mês de fevereiro não teve muitas chuvas”, diz.
Apesar da situação dos reservatórios da região, Vinícius diz que a situação é satisfatória no restante do estado. Segundo o relatório da ANA, a condição de aumento na seca em Alagoas é de curto prazo. O alívio deve começar a surgir a partir de meados de maio. “Há, com certeza, uma perspectiva de melhora na quadra chuvosa, que normalmente tem início na segunda semana de abril”, afirma Vinícius.
A Operação Carro Pipa, que leva água potável para 42 municípios de Alagoas, encontra-se suspensa desde o início do mês. O Exército Brasileiro determinou a suspensão da captação e distribuição de água para as regiões.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), responsável por financiar o projeto no país, os repasses para a operação não podem ser honrados devido ao atraso na aprovação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021.
São cerca de 137 mil alagoanos que se beneficiavam da distribuição de água potável, especialmente durante os períodos de seca agravada. “O que já era precário, vai ficar insustentável porque as famílias vão ficar sem o básico pra sobrevivência que é a água potável, em um momento também grave com o aumento dos casos da Covid”, afirmou à época da suspensão o presidente da AMA, Hugo Wanderley.
A perspectiva no curtíssimo prazo para a região, antes da quadra chuvosa, é de um agravamento ainda maior da seca em Alagoas. O relatório do mês de março, segundo o meteorologista Vinicius Pinho, deve vir com mais um aumento na seca moderada no estado, afetando uma população agora desassistida.
