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Acidente
04/02/2021 02:00:00

Força-tarefa da Lava Jato no Paraná é extinta após quase 7 anos

Nesta quarta-feira (3), o Ministério Público Federal (MPF) informou que a célebre força-tarefa da Lava Jato no Paraná deixou de existir.


Força-tarefa da Lava Jato no Paraná é extinta após quase 7 anos

Segundo comunicado publicado pelo MPF, a operação no Paraná passa a integrar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), dando continuidade aos trabalhos da Lava Jato.

Segundo o MPF, a operação conduziu a "maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro do Brasil", que revelou "a prática de delitos relacionados à organização criminosa, evasão de divisas, falsidade ideológica, corrupção de funcionários públicos, tráfico de drogas, peculato e lavagem de capitais".

Na nova configuração da Lava Jato, dos quinze procuradores designados para a força-tarefa, cinco foram transferidos para o Gaeco para manter as atividades do grupo. São eles: Alessandro José Fernandes de Oliveira, Laura Gonçalves Tessler, Lucas Bertinato Maron, Luciana de Miguel Cardoso Bogo, Roberson Henrique Pozzobon.

Os outros procuradores dez permanecerão à disposição da Lava Jato para atuações eventuais até o dia 1º de outubro de 2021. Apesar disso, esses procuradores não terão ligação com o Gaeco, como seus demais colegas na força-tarefa.

Em dezembro de 2020, a Procuradoria-Geral da República estendeu as atividades da Lava Jato no Paraná alterando a estrutura da operação. A força-tarefa deixou de existir oficialmente na segunda-feira (1º).

Fama e polêmicas envolvem atuação da Lava Jato

A Lava Jato no Paraná teve início em março de 2014 e acumula 79 fases, com 130 denúncias contra 533 acusados, tendo como consequência 174 pessoas condenadas. Segundo o MPF, a operação recuperou R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos, dos quais R$ 3 bilhões foram destinados apenas à Petrobras. Os escândalos revelados pela operação tornaram a Lava Jato um dos assuntos mais comentados do país durante sua atuação, servindo de combustível político na derrocada dos governos petistas.

A mais conhecida das investigações da operação foi contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que terminou preso após condenação em segunda instância somada a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018, o que o impediu de participar das eleições presidenciais naquele ano. A decisão foi revertida pela Corte no ano seguinte e Lula foi liberto, mas segue respondendo processos que o acusam de corrupção.

O ex-presidente Lula (PT) durante entrevista exclusiva à Folha e ao jornal El País, em Curitiba, em 26 de abril de 2019
O ex-presidente Lula (PT) durante entrevista exclusiva à Folha e ao jornal El País, em Curitiba, em 26 de abril de 2019

A atuação da Lava Jato é fruto de polêmica e questionamentos acerca da lisura dos procuradores. Suspeitas de que a operação teve ação de viés político e ilegal se fortaleceram após conversas entre os procuradores e também com o ex-juiz Sergio Moro - responsável pela condenação de Lula - serem reveladas pelo site The Intercept Brasil, em uma série de reportagens que ficou conhecida como Vaza Jato.

Após a atuação da Lava Jato e a prisão de Lula, Moro se tornou ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-juiz deixou o governo em abril de 2020, acusando Bolsonaro de tentar interferir na atuação da Polícia Federal.



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