Após eleições no Congresso, Bolsa fecha com alta de 0,61% e dólar cai 1,74%, a R$ 5,35

A expectativa positiva do mercado com a agenda de reformas após a vitória de dois candidatos do governo para as presidências da Câmara e Senado fizeram a bolsa fechar esta terça-feira (2) em alta de 0,61%, a 118.233 pontos.

O dólar caiu 1,74%, a R$ 5,35, com o real tendo um dos melhores desempenhos entre as principais moedas.

O que aconteceu com a Bolsa e o dólar? A vitória na noite desta segunda por larga vantagem de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, candidatos apoiados pelo governo às presidências da Câmara e do Senado, animou os investidores nesta terça.

A aposta do mercado é que a agenda de reformas tem muito mais chance de andar daqui para a frente neste cenário, que também ajuda a afastar a possibilidade de pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro andarem no Congresso.

“A percepção é que eles podem ajudar na tarefa de destravar a pauta econômica, emperrada nos últimos meses. Nesse sentido, o Orçamento de 2021 e a PEC emergencial são vistas como necessárias pelo mercado”, aponta Alexandre Espírito Santo, economista da Órama.

Além disso, a divulgação da produção industrial em dezembro de 2020 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) veio acima do esperado pelo mercado, o que também contribuiu para o otimismo.

Os ganhos da bolsa, entretanto, foram limitados pelas quedas nas ações da Vale, Petrobras e Itaú. O balanço do banco do quarto trimestre, divulgado nesta segunda, não agradou ao mercado.

O real foi um dos grandes ganhadores de hoje entre as principais moedas do mundo, seguido por peso colombiano, peso mexicano e rand sul-africano, que também se beneficiam de demanda por risco. Lá fora, o mercado aguardava mais estímulos fiscais nos Estados Unidos, enquanto se mantinha atento à safra de balanços corporativos por lá.

A moeda brasileira teve uma performance melhor do que as outras por causa das eleições no Congresso. “No geral, os votos esmagadores de ambos os candidatos em torno (ou acima) da maioria constitucional (60%) em ambas as casas legislativas devem fortalecer a interpretação de que as reformas estruturais têm maior probabilidade de serem aprovadas, apoiando os preços dos ativos domésticos”, disse o Citi em nota.