União dos Palmares

antonio aragão //

Um fato que já é rotina tem sido registrado diuturnamente no Hospital Regional São Vicente de Paulo em União dos Palmares: pacientes de todos os recantos do município e até de municípios circunvizinhos utilizam carroças movidas a tração animal para receber atendimento médico, na já tratada em tom de gozação como "Samula' (foto um). Seria até folclórico, se não se tratasse de seres humanos, portanto contribuintes e cidadãos alagoanos.

Em contraproposta há cerca de três meses passados, o governo do estado doou a comunidade da região, em festa de grande pompa, mas com espírito de caráter político, duas modernas ambulâncias, sendo uma comunitária para transporte de pacientes em busca de tratamento médico em Maceió (casos que não podem ser resolvidos em União), e outra equipada como UTI móvel, esta ultima, com atuação questionada pela população em função da falta de autonomia dos médicos e autoridades da área de saúde local para os casos que requerem a remoção de pacientes para Maceió.

Chegam a ser dramáticas as cenas registradas na emergência do hospital (foto dois) quando pessoas que são vitimadas pela violência ou acidentes necessitam ser transportadas para o HGE ou algum hospital com maiores recursos em Maceió, mas, por força de medidas burocráticas se vêm obrigadas a aguardar a liberação do veiculo (tempo este que pode salvar vidas) da SAMU de Maceió, já que é necessário que o médico plantonista local faça um relato detalhado do estado de saúde do paciente para que seja autorizado o traslado. Isto é, é decidido na hora, pela direção da SAMU, quem morre ou quem vive no interior do estado e particularmente em União dos Palmares.

Planejada inicialmente para ficar em plantão permanente na Delegacia da Policia Rodoviária Federal na BR-104, a ‘192’ (foto três) como é chamada a UTI móvel pode ser encontrada na Secretaria Municipal de Saúde, literalmente vizinha do Hospital São Vicente de Paulo. Não existem médicos nas ambulâncias, mas sim esforçados paramédicos e motoristas contratados pelo município, e para e locomover da garagem ao local do acidente ou hospital é inicialmente necessário à autorização de um funcionário da secretaria de saúde, que apesar da boa vontade, não dispõe do poder de decisão ou de conhecimento médico, fatos que geram criticas e revolta da comunidade, que aos poucos toma conhecimento que a SAMU é uma prestadora de serviços ao povo, mas centralizada em Maceió, sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde, que vem demonstrado insensibilidade com as necessidades na área do combalido sistema de saúde, com ênfas nos casos especificos de atendimentos de emergência das cidades interioranas.