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Geral
12/11/2020 02:00:00

Insegurança alimentar pode afetar 16 milhões de latino-americanos

Restrições de movimento e fronteiras fechadas por conta da pandemia afetaram trabalhadores que agora não conseguem sustentar famílias


Insegurança alimentar pode afetar 16 milhões de latino-americanos

Até 16 milhões de pessoas na América Latina podem sofrer de insegurança alimentar aguda - o estágio antes da fome - até o final deste ano, quase 12 milhões a mais do que o estimado antes da pandemia do novo coronavírus.

Este cálculo exclui a Venezuela, onde antes da pandemia tinha 9,3 milhões de pessoas com grave insegurança alimentar no país, além de 1,2 milhão de migrantes venezuelanos na Colômbia e Equador, segundo dados divulgados hoje pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA).

A agência, que atua como o maior braço humanitário das Nações Unidas, projeta em um novo estudo que 270 milhões de pessoas no mundo têm acesso difícil e restrito a alimentos básicos.

"Restrições sem precedentes à mobilidade, comércio e atividade econômica (como conseqüência das medidas para conter a pandemia) estão causando uma recessão global e fazendo explodir a fome", disse o porta-voz do PMA, Tomson Phiri, em Genebra.

A pandemia se tornou um golpe para uma situação alimentar dramática que só piorou por quatro anos.

Avanços que poderiam ter sido feitos em países específicos foram anulados pela covid-19, confirmou Phiri.

Aumento da pobreza no continente

As dificuldades para se alimentar adequadamente vão acompanhar o aumento da pobreza extrema no mundo e na América Latina.

O aumento da insegurança alimentar na América Latina terá como principais causas a perda de renda de milhões de famílias e a queda nas remessas que recebem de parentes que trabalharam no exterior.

O estudo, do qual colaborou a Organização Internacional para as Migrações (OIM), indica que há onze milhões de trabalhadores migrantes na América Latina e no Caribe, e que três em cada quatro vêm de outras partes da região. A maior parte deles são venezuelanos.

A situação dos migrantes é ilustrada pelos seguintes dados: aqueles que comeram apenas uma vez no dia anterior à entrevista para o estudo aumentaram de 12% antes da pandemia para 30% em agosto passado.

Na América Central, os pequenos agricultores que não se recuperaram da seca e do mau tempo para suas lavouras têm muito pouca capacidade de resistência às dificuldades que o coronavírus trouxe para suas vidas.

As restrições ao movimento e o quase desaparecimento do turismo tiveram um forte impacto na Nicarágua, Honduras, Guatemala e El Salvador, onde centenas de milhares de famílias sofreram uma redução nas remessas recebidas.

Dependência de parentes que trabalham no exterior

Dos que participaram do estudo, 78% dos lares com parente que trabalhava em outro país receberam algum dinheiro de fora, e para 40% dessas famílias, essa era a única fonte de renda.

A diminuição das transferências de dinheiro já é uma realidade, mas acredita-se que esta situação se agravará no final de 2020, embora tudo indique que o mais difícil será vivido em 2021, quando as remessas poderão ser reduzidas em 8,1%, segundo cálculos citado no estudo.

R7



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