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11/08/2009 00:00:00

Municípios


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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou por volta das 23h da noite de ontem, 10, duas fazendas a 3,5 km de Murici (na rodovia que leva até Capela). As áreas Ceridó e Aruás pertencem à Usina São Simeão e estão arrendadas à Usina Santa Clotilde, do grupo Oiticica, em cujas áreas foram libertados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, no início do ano passado, 401 trabalhadores em condições análogas à escravidão.

A ocupação faz parte das ações da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, que cobra do Governo Federal, medidas que dêem condições para o cumprimento das metas de assentamento, como o restabelecimento do orçamento para a Reforma Agrária, contingenciado em 40% pelo Ministério do Planejamento. Cerca de sessenta famílias estão mobilizadas no novo acampamento em Murici exigindo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a vistoria e posterior desapropriação das terras.

Segundo os ocupantes, os proprietários das fazendas Ceridó e Aruás têm dívidas com o INSS que ultrapassam os valores da própria terra. “É somente uma questão de um órgão (INSS) transferir as terras para outro (Incra) para que as famílias possam ser efetivadas nesse local”, defende o Coordenador do MST, José Carlos Silva. Há ainda a denúncia de desmatamento para plantação de cana-de-açúcar, que teria atingido inclusive a soberania alimentar dos moradores da região que usufruíam das árvores frutíferas.

Agora, as famílias estão construindo seus barracos e recepcionando novos acampados que estão chegando de outras áreas. Durante a manhã de hoje (11/08), os manifestantes receberam uma visita intimidadora de um gerente da usina Santa Clotilde acompanhado por uma viatura do Grupamento de Polícia Militar de Murici. As famílias acampadas, mesmo intimidadas, apenas recomendaram que a usina procure os meios legais para dialogar.

A Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária deve continuar durante toda a semana em Alagoas e em outros Estados exigindo do Governo o assentamento de 90 mil famílias que estão nos 875 acampamentos do MST em todo o país, a atualização imediata dos índices de produtividade rural ainda da década de 1970 e a recomposição do orçamento destinado à Reforma Agrária, além de outras medidas que efetivem essa política no país.

Fonte: Assessoria/MST



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