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Mundo
01/11/2020 04:00:00

Brasileira que morreu no ataque em Nice sonhava abrir seu próprio restaurante

Seu último pedido foi que dissessem aos três filhos que ela os amava


Brasileira que morreu no ataque em Nice sonhava abrir seu próprio restaurante

Uma guerreira, batalhadora e cheia de alegria. É assim que a baiana Simone Barreto Silva, assassinada em um ataque terrorista na França, é descrita por amigos e familiares em entrevistas a veículos franceses e nas muitas mensagens de condolências deixadas nas redes sociais diante de sua morte brutal. Ferida no ataque à faca que sofreu enquanto esperava a primeira missa na basílica de Nice na última quinta-feira, ela ainda conseguiu reunir forças para atravessar a rua e pedir socorro. Recebeu ajuda de funcionários de um restaurante, mas faleceu antes da chegada de socorristas. Simone resistiu por uma hora e meia e, pouco antes de morrer, fez um pedido às pessoas que a ajudaram: “Digam a meus filhos que amo eles”. Simone deixa três filhos com idades entre 6 e 15 anos. Há pouco havia se formado cozinheira, um passo do caminho que trilhava para realizar o sonho de abrir um restaurante brasileiro na França enquanto trabalhava como cuidadora de idosos.

Simone nasceu no subúrbio de Salvador, mas já morava na França há pelo menos 30 anos. Era naturalizada cidadã francesa. No sul do país, sua família costumava organizar eventos de música brasileira. Além dela, suas três irmãs mais velhas, que também moram no país europeu, fizeram carreira como bailarinas de samba. No ano passado, elas chegaram a participar da Ala Mulheres na Resistência da Lavagem da Madeleine, um evento cultural brasileiro que acontece há 19 anos em Paris. Neste ano, o plano era repetir a participação, mas foi abortado por conta da pandemia do novo coronavírus.

Simone nunca se desconectou da cultura brasileira e de suas raízes baianas. Sua família respeitava o catolicismo e também as religiões de matrizes africanas. Mesmo distantes do Brasil, celebravam Yemanjá no dia 2 de fevereiro. Simone era uma mulher batalhadora, também descrita como muito alegre e humilde. “Uma mulher cheia de vida e alegria. Quantas risadas! Todos que a conheceram vão lembrar do seu sorriso largo. Vá em paz”, escreveu um amigo em uma rede social. “Que você seja muito feliz no outro lado da vida como sempre foi aqui na terra. Linda, humilde e carismática”, acrescenta um primo. A família dela está em contato com o Consulado-Geral do Brasil, na França, para avaliar a possibilidade de alguns familiares viajarem até lá neste momento em que o país voltou a impor medidas restritivas por causa da pandemia.

Simone nasceu no subúrbio de Salvador, mas já morava na França há pelo menos 30 anos. Era naturalizada cidadã francesa. No sul do país, sua família costumava organizar eventos de música brasileira. Além dela, suas três irmãs mais velhas, que também moram no país europeu, fizeram carreira como bailarinas de samba. No ano passado, elas chegaram a participar da Ala Mulheres na Resistência da Lavagem da Madeleine, um evento cultural brasileiro que acontece há 19 anos em Paris. Neste ano, o plano era repetir a participação, mas foi abortado por conta da pandemia do novo coronavírus.

Simone nunca se desconectou da cultura brasileira e de suas raízes baianas. Sua família respeitava o catolicismo e também as religiões de matrizes africanas. Mesmo distantes do Brasil, celebravam Yemanjá no dia 2 de fevereiro. Simone era uma mulher batalhadora, também descrita como muito nalegre e humilde. “Uma mulher cheia de vida e alegria. Quantas risadas! Todos que a conheceram vão lembrar do seu sorriso largo. Vá em paz”, escreveu um amigo em uma rede social. “Que você seja muito feliz no outro lado da vida como sempre foi aqui na terra. Linda, humilde e carismática”, acrescenta um primo. A família dela está em contato com o Consulado-Geral do Brasil, na França, para avaliar a possibilidade de alguns familiares viajarem até lá neste momento em que o país voltou a impor medidas restritivas por causa da pandemia.

O episódio gerou uma série de reações. No mesmo dia, o presidente Emmanuel Macron afirmou que a França está sob ataque, mas que não cederia ao terrorismo. E elevou o nível de alerta do país ao estágio máximo. Isso porque também foram registrados ataques a alvos franceses na cidade de Avignon e na Arábia Saudita, que não deixaram vítimas. Mas ainda não está claro se esses incidentes possuem relação com o de Nice. Há cerca de duas semanas, também foi decapitado o professor Samuel Paty, que havia mostrado em uma aula sobre liberdade de expressão caricaturas do profeta Maomé. A reação de Macron a esse assassinato, de analisar a suspensão de etidades islâmicas, iniciou uma onda de protestos em países muçulmanos.

A família de Simone está sendo assistida pelo consulado brasileiro na França. O Governo do Brasil afirmou em nota que “deplora e condena veementemente o atroz atentado”. No mesmo dia do ataque, o presidente Jair Bolsonaro lamentou a morte da brasileira e considerou o ataque um ato de “cristofobia”. “A gente lamenta. Estava lá rezando, entrou esse cara aqui, que detesta cristãos. Quando a gente fala em cristofobia, é isso. A gente lamenta a morte das três pessoas. Agora, isso aqui tem que ser combatido, e não é com florzinha não”, afirmou.

chanceler Ernesto Araújo também se manifestou em suas redes sociais: “Profundo pesar pela morte de uma brasileira de 44 anos, mãe de três filhos, ocorrida hoje em Nice, na França, uma das três vítimas fatais do brutal atentado cometido por um terrorista na Basílica de Nossa Senhora”.

El País



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