Polícia

A Lei Maria da Penha, que completou três anos esta semana é, sem dúvida, um avanço significativo na proteção aos direitos da mulher. A nova legislação, no entanto, tem provocado situações no mínimo inusitadas para os integrantes do aparelho de segurança no Estado.

Neste sábado, dia 8, duas guarnições do Batalhão de Policiamento de Eventos (BPE) foram deslocadas para a Travessa Waldemar Correia, na Grota do Moreira, no bairro do Jacintinho, após a denúncia de uma agressão doméstica.

No local, os policiais detiveram Maria Sônia dos Santos e a encaminharam, juntamente com seu marido, Fernando da Silva Santos, para a Delegacia de Plantão III, no bairro de Jaraguá. A acusação: Maria Sônia agrediu Fernando e o ameaçou com uma faca peixeira. A briga só acabou com a intervenção dos militares, que foram acionados pela filha de Maria Sônia.

Na delegacia, Fernando disse que bebeu com a mulher durante todo o dia e aproveitou para realizar uns reparos na residência do casal. No meio da tarde, o ajudante de pedreiro teria trocado de roupa e anunciado sua saída, provocando a ira da mulher.

Visivelmente alcoolizado, Fernando disse que vive com Sônia há 15 anos e que jamais ocorreu agressões entre eles e que não havia entendido o destempero da mulher. Ao chegar à delegacia, Fernando se recusou a registrar a queixa da agressão e a mulher - que também estava alcoolizada - foi liberada.

O episódio da liberação, o segundo apenas neste sábado, preocupou as guarnições. Segundo o cabo Edmar, está cada vez mais frequente o registro de episódios como o de hoje, em que a polícia é acionada, mas nenhuma queixa é registrada. As guarnições permaneceram por cerca de uma hora da Deplan III, onde está de plantão a equipe da delegada Paula Francinete, da Barra de Santo Antonio.