16/04/2024 04:14:42

Economia
26/09/2020 10:00:00

Conheça quatro princípios para um sistema tributário justo e eficaz.


Conheça quatro princípios para um sistema tributário justo e eficaz.

A partir das discussões realizadas em um grupo de trabalho criado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) para analisar os projetos de reforma tributária em discussão no Congresso, a entidade chegou à conclusão de que um novo sistema tributário deve seguir quatro princípios básicos: equidade, neutralidade, progressividade e simplicidade.

Equidade
Equidade significa um sistema tributário justo, sem que empresas e indivíduos sejam taxados uns mais que outros.

Neutralidade
Garantir a neutralidade é diminuir a interferência do Estado, com normas e regras que surgem a todo instante.

Progressividade
Com o princípio da progressividade, a alíquota aumenta quanto maior for o valor sobre o qual incide, ou seja, pagam mais os que têm mais renda.

Simplicidade
Já a simplicidade garante aos pagadores entender o que está sendo cobrado e as formas de pagamento.

De acordo com Fabio Bentes, economista da CNC, os quatro pontos são essenciais para estimular o investimento e o crescimento econômico e evitar que o País viva mais uma década perdida na economia: “Estes princípios devem nortear a reconstrução do sistema tributário brasileiro, que hoje onera fortemente o empresário e tem uma burocracia excessiva”.

 

reforma tributária | CNC
reforma tributária | CNC(foto: cnc)

 

Para Bentes, a interferência do setor público é uma distorção nociva do atual sistema tributário brasileiro. “Apesar de algumas vezes necessária, o excesso de interferência do Estado prejudica a natural evolução do processo econômico. O princípio da neutralidade visa interferir o mínimo possível na eficiência do sistema econômico, fazendo-o de forma a melhorar o retorno decorrente da alocação de recursos públicos”, afirma.

O economista ressalta ainda que, embora alguns indivíduos se beneficiem mais do que outros dos bens e serviços providos pelo Estado, não significa que devam pagar mais. “Há de se levar em conta sua capacidade de pagamento. Não é justo que a população mais pobre carregue um custo maior”, diz, acrescentando que, no Brasil, o imposto é regressivo, com alíquota maior para quem paga menos.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) defende a simplificação e desburocratização do sistema tributário, eliminando as excessivas normas suplementares e obrigações acessórias, que atualmente representam um custo significativo. A entidade também é a favor da redução da carga tributária sobre o setor produtivo, de modo a estimular a competitividade.

Segundo o economista, no Brasil, as empresas gastam 1.500 horas por ano para cumprir obrigações tributárias. “Este princípio é referente aos custos administrativos diante das obrigações tributárias. Ou seja, se os contribuintes se deparam com altos custos para pagar impostos, eles tenderão a pagar menos impostos, ou até mesmo a sonegar”, explica Bentes.

Para a CNC, o texto final da reforma tributária precisa combinar equilíbrio e justiça, eliminando distorções – em especial para os setores do comércio de bens, serviços e turismo –, aumentando a transparência e contribuindo para a diminuição das desigualdades regionais. “Qualquer sistema tributário deve ser justo, isso é essencial. Empresas e indivíduos não devem ser sobretaxados sob pena de se introduzir severas distorções no sistema econômico”, afirma Bentes.

Correio Braziliense



Enquete
Na Eleição de outubro, você votaria nos candidatos da situação ou da oposição?
Total de votos: 21
Notícias Agora
Google News