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01/08/2009 00:00:00

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adrianaguarda@jc.com.br

“Quem descobrir a causa dessa doença que está atingindo parte do rebanho de Garanhuns vai entrar para os anais da história da agropecuária de Pernambuco”. A frase é do técnico da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), Erasmo Ferreira da Silva, que desde o ano passado acompanha o crescimento da mortalidade de bovinos no município. A necropsia dos animais e as investigações na água, no solo e na pastagem das propriedades que enfrentam a misteriosa doença ainda não conseguiram apontar um diagnóstico definitivo para o mal, apelidado na região como “vaca caída”. Enquanto os pesquisadores tentam decifrar o enigma, os produtores ficam cada vez mais apreensivos com o avanço da doença, que se instala na região justamente no período chuvoso, quando os pecuaristas conseguem fazer mais dinheiro, porque podem contar com pasto verde e farto.

A estimativa é de que pelo menos 100 animais já tenham morrido desse mal súbito, num intervalo de 14 meses. A mortalidade acontece com a chegada das chuvas, a partir de maio, e se estende até o início do verão, por volta de agosto e setembro. Erasmo, da Adagro, explica que o Mapa Agroprodutivo de Garanhuns é dividido em quatro setores e que, por enquanto, a doença está concentrada em apenas um deles – a área 4 –, onde estão localizados sítios como Saco, Mochila e Mata do Diogo. Das 135 propriedades do setor 4, pelo menos 15 foram atingidas. A estimativa é que o prejuízo dos produtores chegue a R$ 200 mil.

O técnico da Adagro diz que não tem informação de que o mal tenha se espalhado para outros municípios, porque não se trata de uma doença infectocontagiosa. “É preciso ter em mente que mortalidade de animais acontece em todos os lugares e que o índice aceitável é de até 3% do rebanho”, esclarece.

O chefe da unidade da Adagro em Garanhuns, Joaquim Fausto Filho, diz que a equipe da agência será reforçada por dois veterinários deslocados de Serra Talhada e de Floresta, que vão dar plantão no município durante este final de semana, acompanhando as propriedades da região atingida. Hoje, a Adagro local conta com apenas três veterinários, dos quais apenas um faz o trabalho de campo.

TRATAMENTO - Enquanto desconhecem a causa e o tratamento da doença da “vaca caída”, os veterinários orientam os criadores a vacinar o rebanho para as doenças obrigatórias como a aftosa e a brucelose (no caso dessa última em fêmeas entre três e oito meses de idade), além de complementar esse mix com outras vacinas para prevenir outras enfermidades. “Além das vacinas obrigatórias é indicado observar as características da região onde o gado vive para complementar a imunização”, diz o veterinário da Clínica de Bovinos da Universidade Federal Rural (UFRPE) em Garanhuns, Nivaldo Azevedo, sugerindo a vacinação contra raiva.



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