A pesquisa identificou diversas linhagens de bactérias com baixa similaridade em relação a espécies já conhecidas e realizou a descrição de uma nova espécie, que recebeu o nome de Rhodococcus psychrotolerans. “A nova espécie pertence ao gênero Rhodococcus, grupo que possui potencial para aplicação em processos de biorremediação, que é o processo utilizado para recuperar um ambiente contaminado, desde que se utilize um ser vivo como agente ativo”, destaca o pesquisador. “Bactérias do gênero Rhodococcus são conhecidas por habitarem ambientes com elevados índices de contaminantes, além de apresentarem metabolismo altamente versátil à degradação de compostos químicos”, conta ao Jornal da USP.
Ao todo 11 gêneros de bactérias foram recuperados em laboratório em culturas puras. Os pesquisadores também caracterizaram os compostos actinomicina V e cinerubina B, produzidos pelas bactérias, como agentes responsáveis por inibir o desenvolvimento de tumores de mama, pulmão, rim e glioblastoma.
“Das 17 linhagens bacterianas capazes de produzir compostos eficientes à inibição do crescimento de tumores humanos identificadas no estudo, apenas duas foram analisadas em profundidade”, descreve Silva. “Portanto, ainda há muito o que pesquisar e descobrir, podendo haver substâncias inéditas, bem como novos mecanismos de ação.”