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30/07/2009 00:00:00

Especiais


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com alagoas24hors // cláudia galvão

Embora a cúpula da segurança pública continue questionando a metodologia das pesquisas divulgadas por entidades nacionais, que apontam Alagoas como um dos estados mais violentos do país, tendo sido citado inclusive pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, como a capital do crime de mando e campeão de homicídios entre jovens, o Estado termina o sétimo mês do ano com números impressionantes da violência, mais de mil assassinatos registrados.

Parte dos dados foi compilada pela própria Secretaria de Defesa Social (Seds) em sua página oficial (www.seds.al.gov.br), na qual relaciona todas as modalidades de crime registradas no Estado. No item homicídio, apenas de janeiro a maio deste ano foram registrados 810 assassinatos no Estado. Os meses de junho e julho não foram divulgados nem contabilizados pelo governo, contudo, os dados mencionados na matéria dizem respeito aos homicídios veiculados pelo Alagoas24Horas, nos meses em que não há estatísticas oficiais.

Embora o aparelho de segurança afirme e reafirme que a violência em Alagoas está ligada, fundamentalmente, ao crescimento no tráfico de drogas e todas as suas consequências, a ineficiência de políticas de geração de emprego e renda, educacional e de inclusão têm sido determinantes para o incremento dos números. Em recente visita a Alagoas, o ex-prefeito de Bogotá, na Colômbia, que prestou consultoria ao Governo do Estado, disse que a violência é contagiosa e defendeu mudanças urgentes nas políticas públicas.

A sucessão de registros violentos provoca mais um fenômeno: a banalização da violência. A ausência do Estado ainda prova cenas chocantes, como espancamentos e linchamentos em via pública, além de ‘militares à paisana’ ou passageiros e clientes armados – embora seja crime tipificado no Código Penal – que durante um ato violento reagem e prendem ou matam os ‘bandidos’.

Na tarde desta quarta-feira, 29, o assalto a um ônibus urbano – dezenas foram registrados esse ano, inclusive com uma passageira sendo alvejada – resultou na morte de um jovem de 17 anos, que foi rendido pelos passageiros e alvejado dentro do coletivo ‘por um passageiro’ ainda dentro do coletivo. O comparsa, de 18 anos, levou dois tiros e está internado no HGE.

No mesmo dia, teve fim o drama da família do servidor público José Luiz Santos, 43 anos, que havia desaparecido no último dia 21 e cujo corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição em um canavial em Marechal Deodoro. Sem inimigos – segundo os familiares – José Luiz saiu de casa para realizar um serviço extra e jamais voltou. Seu carro não foi encontrado. Ontem à tarde, o filho de José Luiz foi ao IML reconhecer o corpo do pai. O que este jovem teria para dizer aos representantes da segurança pública do Estado?

Na manhã de hoje, um garoto de apenas 12 anos morreu ao ter a cabeça parcialmente esmagada por um trator no Lixão de Maceió, enquanto dormia em meio ao lixo. Acidente? Tragédia? Que destino estava reservado a esta criança?



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