SIGA NOSSO:
Um mês após a Rússia anunciar a aprovação da sua vacina experimental contra o coronavírus, alarmando a comunidade científica pela falta de informações sobre os testes, os primeiros resultados dos estudos sobre a imunização foram publicados nesta sexta-feira pela revista médica The Lancet. As conclusões, ainda preliminares, são animadoras e apontam que a vacina produziu anticorpos e não causou efeitos adversos graves. A notícia tende a aquecer a corrida entre países pela produção de suas vacinas —EUA, China e Reino Unido estão com projetos na última fase de estudos, assim como a Rússia. O coronavírus já infectou mais de 26 milhões de pessoas no mundo. O Brasil ultrapassa 4 milhões de casos e se aproxima de 125.000 mortos.
A vacina Sputnik-V, produzida pela Rússia contra o novo coronavírus, produziu uma resposta de anticorpos satisfatória em participantes de teste em estágio inicial e não causou efeitos indesejáveis graves, mostra resultado de pesquisa divulgado nesta sexta-feira na revista The Lancet, uma das mais respeitadas publicações científicas do mundo.
Os estudos, em duas rodadas de testes, foram realizados em junho e julho com 76 participantes. De acordo com a publicação, 100% deles desenvolveram anticorpos para a doença. "Os dois ensaios de 42 dias —com 38 adultos saudáveis ??em cada um— não encontraram quaisquer efeitos adversos graves entre os participantes e confirmaram que as vacinas candidatas desencadeiam uma resposta imunológica", diz a revista.
Os resultados, ainda preliminares, são os primeiros a serem divulgados sobre a vacina russa. A falta de informações provocou críticas e desconfiança de especialistas depois que o Governo Vladimir Putin anunciou, em 11 de agosto, a aprovação da vacina, a primeira no mundo a ser registrada para a covid-19, mesmo sem a conclusão dos ensaios.
Segundo a Lancet, novos estudos ainda precisam ser realizados para se comprovar a segurança e a eficácia da vacina, que no momento passa pela fase três de testes, a última antes da aplicação em larga escala. A notícia, porém, tende a aquecer a corrida entre países pela produção de suas vacinas —EUA, China e Reino Unido também estão com projetos na última fase de estudos. (Com Reuters e AFP)
El País
