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29/07/2009 00:00:00

Saúde


Saúde

com diariodepernambuco //

O Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) foi a última oportunidade de engajamento para o estudante de enfermagem Severino Galdino, 31 anos, primeira vítima da gripe AH1N1 no Nordeste. A confirmação da morte ocorreu ontem, quando a equipe médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) declarou a falência múltipla dos órgãos do paraibano.

O sepultamento do corpo ocorreu sem velório, no início da tarde no Cemitério Senhor da Boa Sentença, em João Pessoa. Além de Severino, mais 30 pessoas das delegações da Paraíba e Pernambuco viajaram em três ônibus para o Congresso em Brasília e apresentaram sintomas de gripe.

O universitário tinha um desvio no tórax e um quadro congênito de pneumopatia, o que já foi motivo de uma internação ocorrida há dois anos. Depois desse episódio, Severino passou a utilizar um aparelho de ventilação pulmonar diariamente, mas ele não levou o equipamento ao Congresso. Foram oito dias sem fazer a ventilação pulmonar: "Mainha está abalada. Ela disse para ele não ir, mas para ele isso era a realização de um sonho", descreve a irmã de Severino, Adriana Galdino.


Em Brasília, o Congresso da UNE reuniu cinco mil delegados, entre 15 e 19 de julho. "A gente percebeu que tinha muita gente gripada. Nossos alojamentos eram quadras onde ficavam umas 400 pessoas", descreve o estudante de química industrial, João Carlos.

O também estudante Rafael Freire relatou que, na volta da viagem, muitos colegas apresentaram febre e moleza no corpo, mas que o caso mais grave foi o de Severino, que teve complicações que indicaram uma parada respiratória: "Nós paramos o ônibus no posto da Polícia Rodoviária Federal e Severino foi encaminhado por uma viatura para Campina Grande, onde foi atendido numa clínica", lembra Rafael.

Daí por diante, as complicações só aumentaram. O universitário voltou para João Pessoa à noite e no dia 22 deu entrada no Hospital da Unimed e, de lá, foi encaminhado para o HULW. A confirmação da doença ocorreu no dia 25 quandoSeverino apresentou insuficiência respiratória, que o levou à Unidade de Terapia Intensiva. O agravamento do quadro, com duas paradas cardíacas e insuficiência renal, culminou com a morte do paraibano, às 2h de ontem.

"Ele já tinha uma doença pulmonar crônica e evoluiu para insuficiência respiratória. Nós o levamos para a UTI para estabilizar o quadro, mas o paciente desenvolveu complicações cardíacas e renais", disse o diretor do HULW, João Flávio Paiva. A médica coordenadora do setor de doenças infecto-contagiosas da unidade hospitalar, Romilda Fernandes, explicou que os familiares do estudante foram orientados para observar o surgimento de sintomas, a necessidade de uso de máscaras e de quarentena, em caso de desenvolvimento de sintomas de gripe.



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