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11/07/2007 00:00:00

União dos Palmares


União dos Palmares

Na noite desta terça feira, em sua residência, ainda cercado por amigos e populares, o prefeito de União dos Palmares José Pedrosa (PTB) concedeu entrevista exclusiva a TRIBUNA DE UNIÃO, quando expôs em detalhes os momentos dramáticos que junto ao seu filho Thiago Pedrosa (acadêmico de Direito e Conselheiro do Juizado Especial Civil e Criminal de União dos Palmares) uma funcionária de sua residência (Rua Perciliano Sarmento, centro da cidade), dois vigilantes, uma senhora e uma criança que iam passando no local, viveram quando seis homens armados invadiram sua residência e o levaram como refém até a cidade de Murici, onde foi liberado.

 

A surpresa

 

Mais calmo, o prefeito disse que “sempre acordo cedo e vou para o terraço do primeiro andar ler os jornais diários. Quando desci as escadas, fui surpreendido por um barulho esquisito vindo da sala principal de minha casa, e deparai-me com dois homens apontando armas para o vigilante que já estava rendido. Sem ter tido sequer tempo de me refazer do susto, outros dois bandidos por trás me renderam, e aos gritos, pediam o dinheiro que presumivelmente eu havia recebido na véspera. A esta altura, percebi que meu filho também estava rendido por mais dois homens”.

 

“De nada adiantou dizer aos assaltantes que eu não tinha dinheiro em casa, porém eles me forçaram a abrir um pequeno cofre onde ocasionalmente deposito pequenas quantias para eventuais pagamentos, enquanto eles insistiam para que lhes entregasse uma bolsa preta com o dinheiro que eu haveria recebido na noite da segunda feira. Que dinheiro? perguntei então, e eles retrucaram que era o dinheiro de uma divida mais juros recebidos na noite de ontem, pois sabemos que você é agiota. Ainda reafirmei que nunca emprestei dinheiro a ninguém, principalmente a juros” contou o prefeito.

 

O momento mais difícil foi quando eles me arrastaram para a garagem que fica na parte dos fundos; já eram quatro que me apontavam armas, quando percebi meu filho na cozinha sob a mira de uma pistola e uma carabina. Esbocei uma pequena reação, e foi repelido com um chute que me atingiu o tórax. Na queda, foram quebrados alguns utensílios da casa. Percebi, então, que não era o momento de uma reação, e inicialmente atendi aos ladrões, com quem havia feito um acordo: eles me levariam mas deixariam meu filho intacto. Já na garagem, percebi um carro cinza, provavelmente um Vectra, e ouvi o ruído de um segundo carro também entrando na garagem. Tentei uma reação, já que meu filho estava a salvo mas fui contido. Como eram seis, entrei no veiculo ainda sob a mira de armas, e ai iniciou-se a fuga com destino provavelmente para Maceió ou para o estado de Pernambuco, via BR-s 104 e 101.

 

A soltura

 

“No trajeto entre União e Murici, embora bastante nervoso, graças a Deus convenci os seqüestradores que não era agiota, e que ainda não havia sequer recebido minha subvenção como prefeito. Lhes ofereci meu cartão de credito e a senha, então eles começaram a entender que haviam apanhado a pessoa errada e resolveram me libertar. Aos empurrões, desci do carro a margem da BR-104 onde apanhei carona e voltei para minha casa, com o pensamento voltado para o bem estar de meu filho, que graças a Deus estava bem, apesar de haver sido agredido covardemente a socos e coronhadas, o que ocorreu também comigo”, contou o prefeito.

 

Mais reféns

 

Uma senhora que passava no local por acaso em companhia de uma filha de apenas quatro anos de idade, que por motivo de segurança não pode ser identificada, disse que “ia levando minha filha para a escola quando um homem que apontava uma arma para o vigilante do grupo (vizinho a casa do prefeito) mandou que eu entrasse. Lá, sob a mira de armas, ouviu ruídos estranhos e gritos. Percebi que se tratava de um assalto, porém, o seqüestrador que estava me rendendo disse para ficar calma, senão iam levar minha filha como refém. Foi um momento difícil. Fiquei pasmada e não consegui mais fazer nada. Nunca vivi momentos iguais a este em minha vida” disse a domestica.

 

A ação policial

 

O delegado regional Antonio Carlos de Azevedo Lessa disse logo após o seqüestro que a maneira como foi realizado o seqüestro leva a policia a acreditar que se trata de um bando de Pernambuco que vem agindo no interior de Alagoas, e que já praticou outros delitos na região. “Eles com certeza serão detidos nas próximas horas” afirmou o delegado. Foram montadas barreiras em toda região, mas os bandidos conseguiram se evadir.

 

Inoperância das policiais

 

Ao termino da entrevista com o prefeito, este foi enfático ao afirmar: “Como pode se notar, a sociedade está vulnerável a ação dos bandidos, o que inquieta a população não só de União dos Palmares, mas de toda Alagoas. Imputo a culpa deste estado de medo e pavor a que o povo está exposto a inoperância das policias civil e militar, que tem demonstrado ultimamente despreparo para enfrentar o crime, o que é extremamente lamentável”.

 

Da Editoria – Antonio Aragão

 

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