As aulas presenciais na rede pública de ensino estadual em Manaus, no Amazonas, tem data marcada para retornar: 10 de agosto. O anuncio foi feito pelo governador Wilson Lima (PSC-AM), na terça-feira (28), em meio a uma incerteza em relação à crise do novo coronavírus. Com a decisão, o Amazonas será o primeiro estado do Brasil a voltar com aulas presenciais na rede pública e instituições particulares.
Segundo o governo, será investido mais de R$ 10 milhões em equipamentos de proteção individual e insumos para o retorno das aulas. Ainda segundo o órgão, todos os EPIs, entre máscaras e álcool em gel, foram adquiridos por meio de licitação pública nacional. São 220 mil alunos na capital.
Para chegar ao veredito, foi realizada uma pesquisa com pais, alunos e professores sobre a necessidade da retomada das aulas presenciais. Segundo o governador, dois pontos essenciais contribuíram para decisão do Governo do Estado.
O primeiro se trata do número de enterros na capital Manaus. Já o segundo, é referente a ocupação de leitos nas unidades hospitalares que parecem apresentar uma estabilidade.
O Ensino Médio e o EJA (Educação de Jovens e Adultos) voltam a partir do próximo dia 10 de agosto. Já o Ensino Fundamental, a partir do dia 24. Porém, a retomada deve acontecer seguindo uma série de novas exigências.
De acordo com a Secretaria de Educação e Desporto (Seduc), as escolas terão pias para lavar as mãos, álcool para higienização e medidor de temperatura. Caso algum estudante apresente alguma alteração, ele será encaminhado para casa e terá um acompanhamento junto com os familiares.
Além disso, será obrigatório o uso de máscara nas unidades de ensino e as carteiras terão um distanciamento de pelo menos 1,5 metro. Ainda segundo a Seduc, o ensino contará com aulas presenciais e online.
As aulas irão funcionar de maneira alternada. Por exemplo: cada turma será dividida em dois grupos. No grupo A, as aulas presenciais serão às segundas e quartas-feiras. Já no grupo B, às terças e quintas.
Com isso, a ideia é que nos dias em que o estudante não estiver em sala, ele faça o acompanhamento da transmissão em casa pela televisão ou pelas redes sociais.
"A gente torce para que os números continuem caindo e para que possamos voltar com a nossa vida à normalidade. É claro que não é um normal que se vivia antes, é um normal que a gente precisa respeitar o distanciamento social”, informou o governador do estado.
O Amazonas foi um dos primeiros estados brasileiros que registrou um colapso em sistema de saúde devido ao novo coronavírus. No final de abril, considerado o pico da doença no Estado, imagens de caixões enfileirados lado a lado aguardando a vez de irem para a vala comum correram pela internet.
O próprio prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), passou quase um mês internado em uma UTI de um hospital particular da cidade por causa do novo coronavírus.
No boletim epidemiológico, divulgado na terça-feira (28), o Amazonas registrou mais de 98 mil casos confirmados de Covid-19, sendo cerca de 34 mil, ou 35% deles, apenas em Manaus. Os outros mais de 63 mil casos estão espalhados pelo interior do Estado, impulsionados pelo comércio no rio Amazonas.
Além disso, Manaus registrou 1.995 mortes confirmadas em decorrência da Covid-19. No interior, há 1.241 mortes registradas até ontem espalhadas em 56 municípios.
A reportagem entrou em contato com a Seduc pedindo mais informações sobre a decisão, porém não obteve resposta até a publicação.
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