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Economia
27/07/2020 06:00:00

E-commerce: pandemia gerou novos empresários e mercado promissor em Alagoas


E-commerce: pandemia gerou novos empresários e mercado promissor em Alagoas

Conforme dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), durante a pandemia aumentou 400% no país a abertura de novas lojas on-line. Já uma pesquisa realizada pelo Sebrae Alagoas mostrou que 51% das micro e pequenas empresas do estado estão utilizando ferramentas digitais, como site e aplicativos, para continuar funcionando.

Ainda segundo o levantamento da ABComm, antes da pandemia havia aproximadamente 10 mil novas aberturas de lojas online por mês. Após o isolamento social, o número saltou para 50 mil novas lojas online por mês.

Outra pesquisa, realizada pelo Instituto Locomotiva, ouviu 2.006 pessoas, em 72 cidades de todos os estados, para traçar os “Impactos da Pandemia no Comportamento do Consumo do Brasileiro”, concluindo que, mesmo ao final do isolamento social, o interesse dos brasileiros em compras on-line irá permanecer.

De acordo com a análise, durante a pandemia, 10% das pessoas não compravam pela internet e passaram a comprar; 45% já compravam, mas passaram a comprar mais; 24% já compravam e continuaram comprando do mesmo jeito; 11% já compravam, mas passaram a comprar menos; e 10% não fazem compras online.

Em meio a essa explosão do e-commerce e do uso das ferramentas digitais, no Brasil e em Alagoas, o CadaMinuto ouviu pessoas que sobreviveram à crise se tornando empresárias “virtuais” e um especialista em marketing digital, para tentar traçar o cenário do pós-pandemia e a importância das redes sociais para acompanhar as mudanças no estilo de compras e de aquisição de serviços que, pelo visto, vieram para ficar.

Da construção à costela 

 O engenheiro civil e empresário Leonardo Cedrim conta que enxergou com a pandemia um novo nicho de mercado “Sou construtor e, no meu ponto de vista, o setor da construção civil vai ter uma retração muito grande no pós-pandemia, então vi a necessidade de diversificar minhas fontes de renda”.

unto com um amigo, Leonardo decidiu então abrir um delivery, levando em conta o grande crescimento do setor na pandemia e a carência no mercado da especialidade da “casa” (@nobafomcz): carne com cocção no bafo, que são costelas selecionadas e preparadas durante oito horas no bafo.

“As redes sociais impulsionam muito nosso negócio, vivemos 100% desse público, fazemos parcerias com páginas de divulgação, digital influencer e tráfego pago, que nos dá proporções gigantescas. Acredito que essa nova forma de consumo irá permanecer no pós-pandemia, porque a comodidade advinda dessa situação foi aceita pelo público”, comemora.

“Ohana” 

 A estudante de jornalismo Maria Maia também enxergou no isolamento social a oportunidade de realizar o sonho de montar o próprio negócio. Junto com os amigos Joanna Navarro e Paulo Gustavo, nasceu a Ohana cestas personalizadas.

Ela conta que o corte em seu salário de estagiária e as dificuldades financeiras dos amigos foi o estopim para o sonho sair do papel: “Não queríamos que a nossa loja fosse igual às outras, sendo assim todas as nossas caixas são personalizadas de acordo com o pedido e o gosto de cada cliente. As personalizações vão desde os garfos, pratinhos e guardanapo até as fotos, cartas e a própria caixa. Além disso, em todas as nossas caixas os clientes recebem álcool gel”.

Lembrando que Ohana quer dizer “família, nunca abandonar ou esquecer”, Maria diz que é assim que o grupo quer que os clientes se sintam ao receber as cestas. Ela também comemora a aceitação dos produtos no mercado e destaca que as redes sociais são uma das melhores ferramentas para alavancar os negócios.

“Todo o processo de vendas é realizado por meio do Instagram e Whatsapp. Com a pandemia o serviço de vendas on-line se fortaleceu ainda mais, visto que é muito mais prático e cômodo não só para quem faz o pedido, como para quem o entrega. Devido a isso acredito que as pessoas irão se adaptar e aderir cada vez mais a essa modernidade, mesmo com o fim do isolamento social”, analisa, acrescentando que a Ohanna pode ser encontrada no Instagram (@ohanacestaspersonalizadas) e no Whatsapp (82) 99940-1589.

Ferramentas essenciais 

 Com a explosão da demanda e da oferta do comércio virtual durante a pandemia, o publicitário Flávio Holanda, CEO da KNew Estratégia - empresa especialista em marketing digital -, orienta que, para se destacar nesse concorrido mercado, a melhor estratégia é colocar o cliente em primeiro lugar, demonstrando honestidade e entregando aquilo que ele deseja.

“Falando em estratégias de marketing, o básico é o investimento em boas fotos dos seus produtos ou vídeo dos seus serviços, um bom atendimento on-line, alguém que explique sobre seu produto ou serviço, encaminhe os pedidos e tire as principais dúvidas. Um bom atendimento é peça chave para conquistar os clientes”, explicou.

Para o CEO, o “boom” do e-commerce veio para ficar, daí a importância de, mesmo as empresas que não nasceram on-line, continuarem apostando em ferramentas como sites e aplicativos.  

“É um caminho que trilhamos há anos e agora fomos forçados a utilizar apenas esta opção. Quem tinha medo de comprar pela internet, teve que perder esse medo... Essas ferramentas são fundamentais, e, se ajudaram durante a pandemia, elas continuarão a ajuda­­r depois”, explicou, frisando que, hoje, aplicativos como Whatsapp e Instagram são fundamentais para qualquer segmento.

“O Whatsapp dá poder ao consumidor de conversar com a marca e pedir o produto ou serviço que ele quer. E o Instagram cria a reputação da sua marca e ajuda a divulgar amplamente seu produto ou serviço, usando o cliente como fonte de divulgação do bom atendimento. Outra ferramenta fundamental é o patrocínio dentro das redes sociais, Instagram e Facebook. Esse patrocínio precisa fazer parte do orçamento da empresa, como antigamente faziam parte os panfletos, anúncios de revistas e jornais e anúncios de rádio”, analisou.

Nem tudo são flores 

 Com todo esse crescimento, é natural que tenha aumentado também os problemas oriundos das transações on-line. O estudante universitário Rodrigo Ferreira contou ao CadaMinuto que já costumava fazer compras pela internet, hábito que se tornou mais frequente durante a pandemia.

Pontuando que o e-commerce facilita a aquisição de produtos, a busca das ofertas e dos melhores preços, tudo sem sair de casa, Rodrigo alertou que, apesar das vantagens, nem tudo são flores para os consumidores, por isso é necessário estar atento a procedência da empresa e as avaliações dos outros consumidores.

“É preciso cuidado para evitar problemas que também fazem parte desse universo de compras virtuais, como extravios dos produtos ou golpes, afinal, nem todas as lojas de e-commerce tem um selo de ‘existência’ por assim dizer”, finalizou.

Cada Minuto



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