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Coronavirus
25/07/2020 23:00:00

Levantamento da Fiocruz indica possivel 2a. onda no Amapá, Maranhão, Ceará e Rio de Janeiro


Levantamento da Fiocruz indica possivel 2a. onda no Amapá, Maranhão, Ceará e Rio de Janeiro

O total de mortes causadas pelo novo coronavírus chegou a 84.082 nesta quinta-feira (23), de acordo com levantamento divulgado pelo Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), com registros compilados até às 18h. Foram 1.311 notificações nas últimas 24 horas.

Em números absolutos, o estado de São Paulo lidera o ranking de vítimas fatais, com 20.894 óbitos, seguido pelo Rio de Janeiro (12.535), Ceará (7.374), Pernambuco (6.211) e Pará (5.616).

O total de casos confirmados é de 2.287.475, com 59.961 a mais que no balanço de quarta.

Dados do boletim InfoGripe mais recente, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), mostram indicativos de uma segunda onda em alguns estados. De acordo com o documento com registros até 18 de julho, no Amapá, Maranhão, Ceará e Rio de Janeiro o número de novos casos semanais de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) voltou a subir após ter atingido um pico e iniciado um processo de queda.

O Brasil é um dos cinco países da América do Sul sem controle da transmissão, segundo relatório divulgado nesta quarta pelo centro de acompanhamento de epidemias do Imperial College, de Londres. Os cálculos dos pesquisadores britânicos são feitos semanalmente. 

Ao analisar o ranking mundial, o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos e é o segundo país com mais mortes causadas pela covid-19, de acordo com o mapeamento do Centro de Recursos de Coronavírus da Universidade Johns Hopkins. 

Os dois países repetem as posições também em relação aos diagnósticos. Em território americano, foram registrados 3,1 milhões de casos. A diferença das taxas de testagem entre os dois países - 37.188 testes por milhão de habitantes nos EUA e 8.737 por milhão de habitantes no Brasil - por sua vez, é uma evidência da subnotificação da crise sanitária no cenário brasileiro.

O novo coronavírus já causou mais de 626 mil óbitos no mundo. São cerca de 15,3 milhões de casos confirmados, de acordo com dados atualizados nesta quarta.

De acordo com boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta, a incidência da doença é de 987,3 casos por 100 mil habitantes, enquanto que a taxa de mortalidade é de 37,5 óbitos por 100 mil habitantes. Na comparação com outros países com mais de um milhão de habitantes, o Brasil ocupa a 10ª posição tanto no ranking de diagnósticos quanto de mortes.

Nesta quarta, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, em coletiva de imprensa, voltou a pedir para as pessoas procurarem o serviço de saúde assim que começarem a sentir sintomas da doença. Ele explicou que a orientação de procurar quando sentir falta de ar não trouxe bons resultados.

″É uma doença nova e não se sabia exatamente qual a melhor forma de tratar. A orientação anterior era, tendo os sintomas, isole-se na sua casa e só procure um médico se tiver falta de ar. Esse protocolo, seguindo posicionamento internacional, era o que achava que era a solução. Hoje se verificou que a autoavaliação do sintoma da falta de ar quando vai para o médico já chega de forma grave. Esse paciente vai para o atendimento que é a intubação, a respiração invasiva com respiradores e vai para a UTI. Isso se mostrou ineficaz”, disse.

O platô de casos e de mortes no Brasil

Os gráficos epidemiológicos brasileiros nas últimas semanas assumem a forma de platô, em vez de um pico de casos e mortes. A média diária de óbitos por semana permanece estável e alta desde a 22ª semana epidemiológica, encerrada em 30 de maio.

A média diária de novos registros de óbitos na semana 29, encerrada em 18 de julho, foi 1.043, contra 1.029 na semana anterior. Já a média diária de casos na semana mais recente analisada foi de 33.573, contra 37.549 na semana 28, encerrada em 11 de julho.

Na comparação entre as duas últimas semanas epidemiológicas analisadas, no Sul do País, foi registrado 14% no número de casos e 30% nas mortes. No Centro-Oeste, houve redução de 15% nos diagnósticos e estabilização (+4%) nos óbitos, porém no Mato Grosso do Sul o crescimento das mortes foi de 62%.

No Sudeste, a queda foi de 17% nos novos casos e houve estabilização (+1%) no número de novos óbitos. Sobre as mortes, 3 estados registraram altas: São Paulo (+14%), Minas Gerais (+13%) e Espírito Santo (+7%). No Rio de Janeiro, houve redução de 34%.

No Nordeste observa-se uma redução de 13% nos diagnósticos e de 6% no total de novos registros de mortes. Porém houve aumento dos óbitos em Pernambuco (+35%), Piauí (+11%) e Rio Grande do Norte (+7%).

Na região Norte, o número de novos casos registrados se manteve estável (-3%), assim como os óbitos (+2%).

Persiste a interiorização da pandemia no Brasil. Na semana encerrada em 28 de março, 87% dos casos novos eram oriundos das capitais e regiões metropolitanas e 23% das demais cidades do país. Ao final da semana encerrada em 18 de julho, 57% dos casos eram no interior. Aos mortes seguiram o mesmo padrão, passando de 11% no interior para 45% no mesmo período.

Segundo o boletim do Ministério da Saúde, 5.341 municípios (95,9%) têm casos confirmados de covid-19 e 3.281 (59%) registraram mortes causadas pela doença. 

De acordo com a pasta, até 18 de julho foram registradas 441.194 hospitalizações por SRAG. Desse total, 48,4% (213.280) foram confirmados para covid-19, 32,1% (141.645) não têm causa especificada, 18,3% (80.788) estão com investigação em andamento e o restante foi causada por outros vírus respiratórios.

Do total de internados com covid-19, a raça/cor mais prevalente é a parda (31,3%), seguida da branca (28,8%), preta (4,6%), amarela (1,0%) e indígena (0,3%). Sendo que em 15,8% de informações ignoradas e 18,1% estavam sem informação.

Do total de 115.654 óbitos por SRAG, 66,1% (76.443) foram confirmados para covid-19, 29,8% (34.490) não têm causa especificada, 3,5% (3.946) estão com investigação em andamento e o restante foi causado por outros vírus respiratórios.

Entre as vítimas da pandemia, 58,2% são do sexo masculino e a faixa etária mais acometida permanece a de 70 a 79 anos, (25,0%), segundo o boletim. O perfil de raça/cor se manteve, sendo a parda (35,2%) a mais frequente, seguida da branca (26,0%), preta (4,9%), amarela (1,1%) e indígena (0,4%). Ainda de acordo com o documento, (61,0%) apresentavam pelo menos uma comorbidade ou fator de risco para a doença.  

Subnotificação da pandemia

Em junho, houve uma série de idas e vindas na forma de divulgação dos boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde. Após atrasar o horário de envio dos dados, a pasta deixou de informar o acumulado de mortes e diagnósticos em 5 de junho. A divulgação regular só foi retomada em 9 de junho, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

A pasta também chegou a anunciar que adotaria uma nova metodologia, com boletins diários de óbitos ocorridos nas últimas 24 horas e não confirmados. A mudança, contudo, não foi colocada em prática até agora.

Na prática, ela inviabilizava uma comparação com os dados anteriores, dificultando a compreensão da evolução da pandemia no Brasil. Ela também atrapalharia a comparação dos números com outros países, por adotar critérios distintos do resto do mundo. 

Com a mudança, as “novas mortes” seriam menores. Na prática, a medida também evita notícias negativas sobre recordes de óbitos diários. Integrantes do governo de Jair Bolsonaro, especialmente a ala militar, têm criticado esse tipo de cobertura jornalística.

Há uma atraso entre o dia em que a morte ocorreu e o dia em que essa informação foi confirmada em laboratório que pode ser superior a um mês. Por esse motivo, para fins de entender a curva epidemiológica e viabilizar comparações, os países têm disponibilizado os dados dos óbitos por data de confirmação.

Dos 115.654 casos de SRAG que evoluíram ao óbito, 752 notificações ainda não possuem data de ocorrência preenchida no sistema, de acordo com boletim mais recente do Ministério da Saúde. “A maior ocorrência de óbitos por SRAG notificados se deu no mês de maio (42.148, 36,7%) e 69,9% (29.472) destes óbitos ocorreram em decorrência da covid-19; seguido do mês de junho com 33.339 registros, 21.160 em abril e 15.027 em julho, até o dia 20”, de acordo com o documento.

No final de junho, o ministério anunciou que a notificação de casos do novo coronavírus poderia ser feita pelo médico apenas por critérios clínicos, sem esperar o resultado laboratorial. Na prática, a mudança pode ser um incentivo a menos para aplicação de testes RT-PCR (moleculares), forma mais precisa de diagnóstico.

De acordo com boletim do ministério publicado nesta quarta, foram distribuídos 5.004.116 testes RT-PCR. Após essa etapa, também há entraves até o resultado do exame. Como o HuffPost vem noticiando, a lentidão no processamento de testes laboratoriais, que detectam tanto a causa da morte quanto se a pessoa foi contaminada, leva a um atraso nos dados oficiais.

Há uma subnotificação de casos confirmados ainda maior devido à limitação de testes de diagnóstico. Na prática, o exame tem sido direcionado apenas aos casos graves. A baixa testagem é um dos entraves apontados por sanitaristas para a flexibilização do isolamento social. 

Segundo balanço apresentado na última semana, 1.406.132 exames foram registrados como realizados e a taxa de positividade é de 38,46 %.

De acordo com painel da pasta, outros 7.596.980 testes rápidos sorológicos foram entregues. Os testes moleculares informam se a pessoa está infectada naquele momento. 

https://www.huffpostbrasil.com/



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