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21/07/2020 07:30:00

Emirados Árabes lançam sua primeira missão espacial a Marte


Emirados Árabes lançam sua primeira missão espacial a Marte

A primeira missão interplanetária dos Emirados Árabes Unidos foi lançada nesta segunda-feira (20/07). A sonda não tripulada Al-Amal decolou do centro espacial de Tanegashima, no sul do Japão, após dois adiamentos devido ao mau tempo. A viagem deve levar sete meses e é parte do projeto do país para desenvolver sua capacidade científica e tecnológica.

Al Amal, que significa esperança em português, decolou a bordo de um foguete H-IIA da empresa japonesa Mitsubishi Heavy Industries, às 6h58 (horário do Japão, 18h58 de domingo no horário de Brasília). Cinco minutos após a partida, o foguete liberou os primeiros propulsores e seguiu a trajetória prevista com sucesso.

A sonda deve começar a orbitar Marte em fevereiro de 2021, ano em que se comemoram os 50 anos da unificação dos sete principados que compõem os Emirados Árabes Unidos.

"[A missão] envia uma mensagem muito forte aos jovens árabes de que, se os Emirados Árabes Unidos conseguirem chegar a Marte em menos de 50 anos [desde a unificação], poderiam fazer muito mais", disse Omran Sharaf, diretor da missão.

O objetivo é que a Al-Amal, também chamada no ocidente de Hope, orbite o planeta vermelho durante um ano marciano, o equivalente a 687 dias terrestres,  fornecendo uma imagem completa e inédita da dinâmica do tempo na atmosfera de Marte.

De acordo Sharaf, em setembro do ano que vem, Al-Amal começará a transmitir dados atmosféricos de Marte, que serão disponibilizados à comunidade científica internacional. Outras duas missões não tripuladas, uma chinesa e uma americana, também devem partir em breve rumo ao planeta vermelho.

"Os Emirados Árabes Unidos agora são membros do clube e queremos aprender mais, nos envolver mais e continuar desenvolvendo nosso programa de exploração espacial'', disse o chefe da Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed al-Ahbabi.

Conhecidos pelas imensas reservas de petróleo e gás natural, pelos arranha-céus e pelo gosto pelo luxo, os Emirados Árabes Unidos ambicionam se tornar um ator importante no campo da ciência e da tecnologia e estabeleceram a meta de construir uma colônia humana em Marte até 2117.

Simulação mostra a sonda orbitando Marte. A sonda é amarela, com uma antena parabólica petra em cima e abas prateadas, que parecem asas.

Al-Amal é do tamanho de um carro pequeno e pesa 1.350 quilos

Recém-chegado à corrida espacial, o país já colocou em órbita três satélites de observação da Terra – dois deles desenvolvidos pela Coreia do Sul e lançados pela Rússia e um terceiro, próprio, lançado pelo Japão. Uma missão bem-sucedida a Marte pode marcar um imenso salto na trajetória espacial do país, que há menos de um ano enviou o primeiro astronauta ao espaço. Em setembro de 2019, Hazzaa Ali Almansoori passou mais de uma semana na Estação Espacial Internacional.

Como ainda é novato na área, para sua primeira missão a Marte, o país optou por trabalhar em conjunto com parceiros. "Desenvolver uma espaçonave não é fácil, mesmo que haja amplo financiamento'', disse Junya Terazono, astrônoma da Universidade de Aizu, no Japão.

Os cientistas árabes trabalharam com pesquisadores da Universidade do Colorado, em Boulder, a Universidade da Califórnia, em Berkeley, e da Universidade do Arizona. A sonda foi montada em Boulder e transportada para o Japão.

A parceria é importante para os três países, já que tanto Estados Unidos quanto Japão desejam estreitar os laços com a rica e politicamente estável nação do Oriente Médio. A sonda Al-Amal, juntamente com seu lançamento, custou em torno de 200 milhões de dólares. Os custos de operação em Marte ainda não foram divulgados.

A Al-Amal tem o tamanho de um carro pequeno, pesa 1.350 quilos e carrega três instrumentos para estudar a atmosfera superior e monitorar as mudanças climáticas de Marte. Ela deve acompanhar a sonda Maven, da Nasa, enviada a Marte em 2014 para estudar como o planeta passou de um mundo quente e úmido que pode ter abrigado vida microbiana durante seus primeiros bilhões de anos para o lugar frio e árido que é hoje.

LE/lusa/ap/dpa/afp/rtr

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