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Especial
15/06/2020 19:00:00

Personalidades e entidades do futebol alagoano se posicionam contra o rascismoMO


Personalidades e entidades do futebol alagoano se posicionam contra o rascismoMO

A morte do americano George Floyd, assassinado por um policial, e outros atos polêmicos no Brasil trouxeram à tona a necessidade da discussão sobre o racismo. No mundo inteiro, pessoas de todas as classes se juntaram para se manifestarem contra esse tipo de discriminação. No futebol, alguns personagens ficaram marcados por fatos tristes como esses. Daniel Alves, Dentinho, Taison e muitos outros foram vítimas de racismo por pessoas que se julgam da “elite” econômica e superiores aos demais.

No Brasil, apesar de toda a sua diversidade, a história infelizmente ainda se repete. E como forma de combater esse tipo de atitude, os clubes da capital alagoana se posicionaram por meio de vídeos, fotos ou textos.

O CRB fez um vídeo com alguns jogadores e subiu a tag #UmClubedeTodos nas redes sociais. Os atletas repetiam a frase “independente de raças, nosso coração é vermelho. CRB, um clube de todos”. O Galo tem pelo menos um atleta negro em cada setor do time titular. Na defesa, o zagueiro Ewerton Páscoa. No meio-campo, o volante Claudinei e no ataque, o ponta Erik.

Ewerton Páscoa, zagueiro do CRB. Foto: Reprodução

O zagueiro Páscoa afirmou que acha válida a manifestação e o posicionamento dos atletas, mas alertou que a luta contra o preconceito deve ser, além de postada, vivida dentro e fora de campo.

Ewerton afirmou ainda que todo o tipo de discriminação precisa ser combatido: “Vivemos em uma sociedade preconceituosa. E tratar apenas de um assunto é como quisesse curar uma parte do corpo, sendo que o corpo todo está doente”.

Já o rival CSA fez uma campanha mais discreta, mas não deixou de se posicionar diante da onda de manifestações do movimento negro. O Azulão usou as redes sociais para compartilhar a tag #VidaNegrasImportam. O time marujo também conta com muitos jogadores negros no elenco. Inclusive o atacante Allano, que foi vítima de racismo enquanto jogou pelo Cruzeiro e pelo Estoril, de Portugal.

Da mesma forma, a Federação Alagoana de Futebol (FAF) usou o Instagram para se posicionar contra os racistas com a frase: “O racismo tem que acabar. Posicione-se”.

Zezito de Araujo, professor universitário e especialista sobre a temática negra. Foto: Arquivo Pessoal

Zezito de Araujo, professor universitário do curso de História e especialista na temática negra, em entrevista ao O Dia Mais, afirmou que a maioria dos jogadores naturais de Alagoas são negros oriundos da periferia. “O jogador negro, mesmo quando consegue a ascensão, por melhor que ele seja, por ter o corpo negro, suas qualidades são impedidas de serem vistas. Como consequência, esse profissional é desqualificado quando é xingado de macaco por torcedores. O jogador branco, quando é xingado, você vê a mãe dele sendo xingada, a avó, e não a cor da pele”, afirmou o professor.

Zezito alerta ainda para os desafios de um jogador negro e disse que os clubes precisam promover discussões sobre a temática: “O atleta negro, além de ser um bom profissional, tem que ter essa maturidade para poder falar sobre o assunto. A iniciativa do combate ao racismo tem que ser uma política dos clubes, não vejo discussões dos dirigentes sobre isso. O racismo existe em Alagoas, não são casos isolados. Essa prática destrói o emocional de quem é atingido. Havendo a prática racista, é necessário que ocorra um momento de reflexão, para promover um debate sobre as relações humanas”.

O Dia Mais



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