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Leitura de Domingo
07/06/2020 10:00:00

Solidão em idosos pode diminuir a imunidade e provocar doenças


Solidão em idosos pode diminuir a imunidade e provocar doenças

Além da pandemia do novo coronavírus, o distanciamento social também tem afetado os idosos com mais de 60 anos. A mudança brusca na rotina e a falta de contato com outras pessoas gerou solidão, o que pode levar a quadros mais graves como depressão e ansiedade.

Para evitar esses problemas existem estratégias que podem ajudar os idosos a enfrentar o isolamento social com mais energia e motivação. Segundo a psicóloga, especialista em Gerontologia e membro da Sociedade Brasileira de Gerontologia e Geriatria (SBGG), Valmari Aranha, é importante estabelecer uma rotina divertida para o idoso.

“É importante que ele faça um uso coerente do tempo e estabeleça rotinas pro seu dia. Mas criar no meio dessa rotina atividades que também são prazerosas. Não é só cuidar da casa, mas organizar no seu dia atividades que você gosta” explicou.

Há também os idosos que reclamam porque já fizeram várias atividades diferentes mas estão enjoados de buscar novas alternativas para sair do tédio e combater a solidão. A psicóloga afirmou que usar a criatividade e manter um olhar curioso pode despertar mais alegria dentro de casa. 

“Eu falo muito sobre o exemplo da gente usar o ‘olhar do estrangeiro’. Quando viajamos percebemos lugares que não estávamos acostumados. Tudo é prazeroso, tudo é novidade. Então qual é o cantinho da sua casa que você pode organizar de um jeito diferente, reinventar e reorganizar? Mas não só pra arrumar, mas pra aproveitar também” ressaltou.

Valmari Aranha alertou sobre o caso de idosos que estão combatendo a solidão com o uso excessivo de álcool, medicamentos e comida. Ela destacou que essas atitudes podem trazer muitos riscos para a saúde do idoso.

“A busca pelo remédio, álcool ou comida vem com uma tentativa de aliviar um desconforto, para dar conta como um anestésico. O perigo é que resolve momentaneamente mas cria outro problema, que é a dependência do medicamento, uso abusivo do álcool, o risco de quedas em idosos e desorientação aumenta” alertou.

Outra estratégia para lidar com o distanciamento social é ser paciente com as suas limitações e dificuldades. Alguns idosos se sentem pressionados a produzir e bater metas extremas que aumentam o estresse.

“É importante que a gente cuide da nossa saúde, mas sem idealizar. Não é momento pra fazer dieta, pra parar de fumar, não é momento de se impor desafios muito mirabolantes. A gente sofre porque vê muita gente fazendo grandes transformações enquanto a gente está se esforçando para se manter em pé, mas não tem problema. Sobreviver é mais importante no momento” destacou. 

A psicóloga também explicou como a solidão pode afetar o sistema imunológico dos idosos. O medo de pedir ajuda e falar sobre o que está sentindo só agrava o problema. É importante manter um diálogo aberto para superar este momento com menos dificuldade.

“A solidão faz muito mal por conta do estresse. Sempre que eu tenho um adoecimento emocional eu dou ao meu corpo um desgaste muito forte, levando a ansiedade e depressão. O sistema imunológico sofre com isso. Não hesite em pedir ajuda se você precisar. Às vezes a pessoa tem receio de ligar pra outra e incomodar. Isso vai gerando uma angústia que vai potencializando. Mas compartilhar uma dor faz com que ela fique mais leve” afirmou.

Durante o distanciamento social, o importante é manter os idosos ativos, fisicamente e mentalmente, com atividades que eles gostem para que possam enfrentar esse período sem muitos desgastes. Alternativas como jogos de tabuleiro, desafios ou ligações e mensagens podem ajudar a diminuir os casos de depressão em idosos.

Agência Brasil



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