Muitas dúvidas ainda surgem ao falarmos sobre a cura ou controle do coronavírus. Isso porque, como discutimos em toda a série “Decifrando o coronavírus”, sabemos muito pouco sobre o Sars-CoV-2 e a covid-19 e laboratórios do mundo todo estão trabalhando para descobrir mais sobre o causador da pandemia. Aqui no GUIA DO ESTUDANTE, convidamos o professor e autor de Biologia do pH Cícero Melo para falar sobre o combate ao vírus e tirar dúvidas dos estudantes.
O controle de uma doença como a covid-19 sempre passa pela ideia de vacinação, já que essa é a forma mais efetiva de controlar um vírus de fácil transmissão. A vacina previne não só que a população evite ter reações à doença, mas, também, que os portadores assintomáticos (aqueles que não tem reação à doença) evitem passar para outros.
Os grandes centros urbanos já estão infectados e, agora, a doença está se disseminando para o interior. De acordo com o professor, é possível, em uma pandemia como essa, que exista uma segunda onda de contaminação após o controle do vírus nos centros já que, em algum momento, a população que está no interior volte a ter contato com quem continua no centro. A vacinação correta de toda (ou da maior parte) da sociedade previne esse efeito rebanho.
Em outra matéria do GUIA, explicamos tudo sobre a produção das vacinas e agora explicamos por que, em casos como o coronavírus, as vacinas são a melhor solução. Enquanto os soros funcionam como medicamentos para pessoas já contaminadas e doentes, a vacina funciona como uma prevenção.
Nesse caso, o corpo humano é exposto a uma pequena quantidade do próprio agente causador da doença para que o próprio organismo produza, sozinho, anticorpos necessários para combater o vírus e gerar a memória imunológica. Dessa forma, em um contato posterior com o coronavírus, o corpo estará preparado para se defender de forma rápida e eficiente.
O biólogo comenta que o desenvolvimento de um soro, em um cenário em que os cientistas sabem tão pouco sobre a doença, é muito difícil. É mais fácil tratar os contaminados com um medicamento antiviral, prolongando suas vidas até a chegada da vacina, a única forma efetiva de tratamento, já que possivelmente existe uma quantidade imensa de pessoas assintomáticas.
Os tipos sanguíneos são características das células vermelhas do sangue, enquanto o sistema imunológico é formado pelos glóbulos brancos. Podem existir pessoas que respondem de forma diferente ao Sars-CoV-2 por apresentarem características imunológicas diferentes ou mesmo por terem sido expostas a uma quantidade diferente de vírus, mas nada tem a ver com o tipo sanguíneo.
Ainda não há certeza quanto a isso. De acordo com Melo, o mapeamento do Sars-CoV-2 em pacientes brasileiros identificou diferenças entre o vírus disseminado aqui do vírus que surgiu na China. Isso acontece porque os vírus sofrem mutações. Identificar e entender essas variantes é o que guia os profissionais da saúde para criar uma vacina de combate à doença.
Uma vacina eficiente é feita a partir de uma proteína comum da estrutura de todos os vírus circulantes no mundo. Caso a vacina produzida reconheça apenas uma dessas mutações, ela servirá especificamente para o combate do vírus semelhante àquele usado em sua produção. Como ainda é cedo para saber o grau mutacional do Sars-CoV-2, também é cedo para afirmar se será necessária mais de uma vacina.
Os pesquisadores ainda não sabem. É preciso esperar estudos posteriores para entender como o vírus age, qual seu grau mutacional e, ainda, entender a capacidade do sistema imunológico de cada pessoa ao criar defesas contra o vírus. Melo afirma que, no momento, o melhor é evitarmos qualquer tipo de contato com pessoas contaminadas – ainda que você esteja curado da covid-19.
Assista à live completa para tirar todas as suas dúvidas sobre o movimento de vacinação.
Msn Brasil