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Economia
14/05/2020 08:00:00

Em sete semanas de pandemia, varejo tem perda de R$ 124,7 bi

Segundo a CNC, valor equivale a uma retração de 56% no faturamento habitual do varejo em relação ao período anterior à crise


Em sete semanas de pandemia, varejo tem perda de R$ 124,7 bi

O comércio varejista brasileiro já acumulou uma perda de R$ 124,7 bilhões em apenas sete semanas, desde o agravamento da pandemia do novo coronavírus no País, calculou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O levantamento considera o período entre os dias 15 de março e 2 de maio, quando a maior parte dos estabelecimentos comerciais estiveram fechados em diversos Estados em meio à manutenção de medidas de isolamento social. A perda equivale a uma retração de 56% no faturamento habitual do varejo em relação ao período anterior à crise.

O resultado só não foi mais agudo porque os varejistas passaram a utilizar mais os canais alternativos ao consumo presencial, mas também houve redução na adesão ao isolamento social recomendado pelas autoridades de saúde.

"Ao mesmo tempo em que as alternativas à queda nas vendas presenciais surtiram algum efeito, temos percebido uma menor adesão ao isolamento social. No seu auge, quase 70% da população estava em casa. Atualmente esse porcentual é de menos de 45%", disse o economista Fabio Bentes, responsável pelo levantamento na CNC.

Na semana entre os dias 15 e 21 de março, quando os decretos regionais de isolamento e restrição de funcionamento a estabelecimentos foram adotados, o comércio varejista registrou uma perda R$ 8,21 bilhões. Na semana seguinte, os prejuízos quase triplicaram, atingindo R$ 23,03 bilhões. Na semana de 29 de março a 4 de abril, a perda desceu a R$ 19,98 bilhões, passando na semana seguinte a um prejuízo de R$ 18,13 bilhões, entre 5 e 11 de abril.

Bentes diz que o comércio passou a intensificar a adoção de estratégias alternativas de vendas, por meio de sites, aplicativos, redes sociais, delivery e drive-thru. A CNC aponta também levantamento da consultoria Inloco sobre a movimentação de consumidores através de rastreamento de celulares, mostrando que o índice de isolamento social já recuou para abaixo dos 44% atualmente.

"Também em relação ao final de março, o Google Community Mobility Report registrou um aumento de 17% no fluxo de pessoas próximas a estabelecimentos comerciais especializados na venda de produtos essenciais, como alimentos e medicamentos. Nas proximidades de estabelecimentos que comercializam produtos não essenciais, o aumento foi ainda maior no mesmo período (29%)", aponta o estudo da CNC.

Durante as sete semanas investigadas pela CNC, o comércio de itens não essenciais teve prejuízo de R$ 111,61 bilhões. Já as vendas de alimentos e medicamentos, segmentos essenciais e que respondem por 37% do varejo brasileiro, acumularam perda de R$ 13,12 bilhões no período.

Os Estados das regiões Sul e Sudeste concentram 69,7% das perdas do período. No entanto, em termos relativos, as quedas no volume vendido durante a pandemia foram maiores no Ceará (-71,2%), Piauí (-71,0%) e Santa Catarina (-62,4%).

A CNC alerta que persistência do cenário atual tem potencial para eliminar cerca de 2,4 milhões de postos de trabalho formais do setor varejista em um intervalo de até três meses.

"A concretização desse cenário, no entanto, dependerá de como as empresas do setor irão reagir às medidas anunciadas pelo governo e, em última instância, à própria evolução da pandemia nas próximas semanas", pondera o documento.

As estimativas da CNC incluem informações históricas das pesquisas mensal e anual de comércio do IBGE, estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), além de com dados relativos à circulação de consumidores em estabelecimentos comerciais providos semanalmente pela plataforma Community Mobility Reports do Google.

Terra

 



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