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Especial
04/05/2020 00:00:00

Avanço da Pandemia empurra alagoanos para a pobreza


Avanço da Pandemia empurra alagoanos para a pobreza

A pandemia do novo coronavírus pode levar 500 milhões de pessoas à pobreza no mundo, alerta a Oxfam, entidade da sociedade civil que atua em 90 países. No Brasil, a extrema pobreza envolvia 13,5 milhões de pessoas até dezembro passado. Agora aumentou e deve piorar ainda mais. Sem protagonismo dos gestores públicos, o cenário é extremamente preocupante. Estados como Alagoas, que segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem cerca de um milhão de pessoas em situação de pobreza, e mais de 570 mil em situação de extrema pobreza - com renda de até R$ 140/mês -, sente muito mais os efeitos perversos da recessão. Economistas, entidade de trabalhadores rurais e prefeituras estimam que após o fim da pandemia, com o agravamento da crise na economia e alto índice de desemprego, entre os 3,3 milhões de alagoanos (IBGE) vai crescer bastante o número de pessoas em situação de miséria, e pedem socorro para elas. Outras 900 mil pessoas sobrevivem com recursos da previdência - aposentadoria e outros benefícios - ou com a renda mínima de programa Bolsa Família. A ajuda emergencial de R$ 600 para a parcela da população que está inserida na condição de extrema pobreza não consegue atender outra parcela da população invisível: aqueles sem documentos, analfabetos e sem acesso a serviços básicos.

POBREZA

O total de brasileiros abaixo da linha da miséria chegou a 13,5 milhões em 2019. Em Alagoas, as estimativas apontam que superou um terço da população. As 102 prefeituras percebem, a cada dia, aumentar o empobrecimento da economia e das pessoas. Sonham com um milhão de cestas básicas prometidas para socorrer os mais pobres, pedem recursos, apoio para micro e pequenas empresas, para agricultura familiar e não veem perspectivas de melhora a curto prazo. Prefeituras, sindicatos e Federação de Trabalhadores Rurais estimam que a metade da população sente os efeitos mais perversos da recessão provocada pela pandemia do Covid 19.

SOCORRO E COMIDA

Nas áreas rurais dos 102 municípios alagoanos, micro e pequenos agricultores familiares isolados começam a perder esperança nas 1, 2 mil toneladas de sementes, assistência técnica e R$ 5 milhões do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) prometidos para agricultura e projetos de irrigação para ribeirinhos do Canal do Sertão. Há cinco anos, o governo Renan Filho (MDB) garantiu apoio e recursos, mas até agora, nada. Um dos coordenadores nacionais da Frente Nacional de Luta pela Reforma Agrária (FNL), Marco Antônio da Silva, o “Marrom”, afirmou que “mais de um milhão de pessoas passam fome hoje em Alagoas”. Segundo ele, tem mais de 15 mil famílias de trabalhadores rurais de 10 movimentos agrários acampados no estado que esperam terras da reforma agrária e comida. “Ninguém aguenta comer só macaxeira todo dia. Os assentados doaram parte da produção para os mais pobres - sem-terra dos barracos de lona e os que moram nas favelas. A medida já é copiada em vários estados. Mas não há condições de socorrer todo mundo o tempo todo”, disse Marrom, que teme pelo agravamento da miséria. “Ninguém tem mais trabalho no interior. O movimento das pequenas feiras caiu radicalmente. Quando a pandemia passar ,mais da metade da população [estimada pelo IBGE em 1,7 milhão de habitantes] estará mais pobre”, alertou.

FETAG QUER AJUDA

Mais de 60% dos 120 mil trabalhadores rurais ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Alagoas (Fetag-AL) sofrem com desemprego, não conseguem vender a produção e não têm como escoá-la. Os assalariados do campo são os mais prejudicados e precisam de socorro imediato, afirma o presidente da federação, Givaldo Teles, que é do município de Lagoa da Canoa, onde tem 8 mil agricultores familiares em situação crítica. A respeito de ajuda do governo estadual para a agricultura familiar, lamentou. “Infelizmente temos um governo que não se abre sequer para ouvir as entidades do campo, imagine para ajudar. Não teve nenhuma ajuda até o momento”. A Fetag protocolou ofício solicitando audiência com o governador desde fevereiro a até agora nenhuma resposta foi dada. O líder dos 120 mil micros e pequenos produtores e trabalhadores rurais cobrou a implantação o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) estadual para comprar a produção agrícola e redistribuir de forma simultânea as famílias carentes. Ele também pediu a retomar o programa de Leite, do programa de distribuição de sementes e a criação de um programa de auxílio emergencial com recursos do Fecoep para famílias do campo.

Gazetaweb



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