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A turma do último período do curso de Medicina da UniBH, com as aulas suspensas devido à pandemia do coronavírus, terá a oportunidade de complementação dos 75% dos créditos para colação de grau no final deste semestre a partir de estágio voluntário em uma rede hospitalar privada referência em Minas Gerais. A parceria selada entre a universidade, a Rede Hospitalar Mater Dei e a organização Inspirali, da Ânima Educação, voltada para atenção especial e atendimento específico aos cursos de Medicina, permitirá que esses alunos, a partir de maio, participem dos procedimentos clínicos e de gestão de uma instituição privada de saúde.
O estágio será oferecido nas áreas de clínica médica, geriatria, oncologia, governança e gestão, disponibilizado para os 45 alunos do 12º período do curso de Medicina da UniBH. Há possibilidade de haver incremento de outras atividades, todas ministradas em sistema de rodízio. O programa contará com uma carga de 300 horas, com início em maio e término em meados de julho. Serão aproximadamente seis horas diárias de atividade por estudante.
Por exigência legal, todos precisam estagiar no sistema público, o que não impede que agreguem conhecimento por meio do que há de ponta na Medicina privada no Brasil. “Vivemos uma situação atípica na área da saúde e já vínhamos conversando sobre futuras parcerias, que com o COVID-19 foram aceleradas, como a telemedicina, por exemplo, e agora esse esforço conjunto com a Uni-BH”, explica o diretor médico da rede Mater Dei, Felipe Salvador Ligório.
O gestor vê na oportunidade duas atuações importantes na formação desses novos profissionais: a vivência assistencial, "o dia a dia da instituição no que diz respeito ao atendimento do paciente na saúde privada, e o diferencial no campo da gestão médica". Ele cita indicadores, as relações com o corpo clínico, sua atuação nesse momento específico para superação da crise e os recursos disponíveis da rede para disponibilizar leitos a todos, sendo pacientes da COVID-19 ou não. "Temos uma demanda importante de pacientes com outros problemas de saúde que precisam de internação”, observa.Felipe Salvador diz se tratar de um momento e um espaço de aprendizagem, com foco em manter o vínculo acadêmico, proporcionando ao formando agregar conhecimento do setor público e privado para sua vivência profissional. “Temos longa experiência com relação a estágios não obrigatórios em nossa rede com alunos de diversas faculdades. Hoje temos também 70 médicos residentes em todo o sistema Mater Dei”.
O reitor do UniBH, Rafael Ciccarini, reconhece que a ação em uma instituição como o Mater Dei é uma oportunidade de vivência profissional e reconhecimento para os futuros médicos. “Acreditamos que a Medicina do século XXI se faz com tecnologia de ponta e humanização no atendimento. Por isso, buscamos parcerias com quem é referência em inovação e em cuidado com as pessoas. O Mater Dei é reconhecido não só em Belo Horizonte, como em todo o estado. Ao concluir a sua formação em uma instituição de tamanho renome, acreditamos que os nossos estudantes estarão aptos para exercer de forma humanizada e inovadora, a sua vocação”, pontua.
Ciccarini observa que o curso de Medicina da instituição passa por uma profunda reforma curricular. “Já vínhamos num processo de repensar o ensino da Medicina, uma releitura diante de novos desafios e temos o Mater Dei na vanguarda da Medicina.”
De acordo com o reitor, a novidade é oferecer vivência no setor de ponta do hospital privado “como se organiza e a convivência em ambiente de inovação”. Ele diz ser este um momento rico de aproximação entre os setores público, privado e a universidade, de forma articulada “e o vírus escancarou isso para a sociedade.”
José Lúcio Martins Machado, diretor da Inspirali, explica que a organização nasceu na Ânima, um grupo educacional de ensino superior privado, com unidades em todo o país, abrigando 140 mil alunos em regime presencial e a distância. Em Minas Gerais, a Uni-BH e o Centro Universitário BH fazem parte do grupo. O Inspirali é responsável exclusivamente pela atenção especial aos cursos de Medicina do grupo. De acordo com Machado, para cada escola de Medicina do grupo, foi eleito um hospital referência top de linha. "A formação dos médicos se dá no âmbito do SUS, mas nada impede que promova durante a formação desse médico uma experiência significativa, ver o outro lado da medicina. Aqui tem o Mater Dei.”
"Não se trata de residência", reafirma. O médico, nos dois últimos anos de formação, passa por internato, e só depois vai para a residência. “O estágio é um aperitivo da residência, ajuda na tomada de decisão da área a escolher, a especialização”.
Criada recentemente pela Ânima Educação e guiada pelo professor José Lúcio Martins Machado, a Inspirali é uma organização orientada aos cursos de Medicina do país, para fortalecer a formação médica, atendendo as demandas de transformação técnica e social da sociedade brasileira. Com experiência de mais de 35 anos na construção e desenvolvimento de metodologias de ensino e aprendizagem na área médica, o professor José Lúcio participou ativamente da implementação de mais de 50 cursos de Medicina por todo o país.
Msn
