18/04/2024 09:35:57

01/04/2007 00:00:00

Alagoas na Rota da Violencia


Alagoas na Rota da Violencia

O medo se instalou na rotina dos alagoanos. Na capital, a violência invadiu os ônibus, as agências bancárias, as casas de shows, os hotéis, até as clínicas médicas. Ladrões e seqüestradores atacam a qualquer hora, em todos os lugares. Pegam crianças, matam adolescentes, fazem de reféns juízes e desembargadores. Aos bandos, fogem dos presídios e delegacias. Para muitas famílias, Maceió, antes sinônimo de tranqüilidade, virou cenário de tragédias. E o pior: a insegurança pública deixa seqüelas.

Estado piora no ranking de mortes no País
Segunda capital com maior taxa de homicídios do Nordeste e 3ª do País, Maceió só perde para o Recife (1ª) e Vitória (2ª). De acordo com o Mapa da Violência, publicado mês passado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OIE), entre 1994 e 2004, Alagoas deixou a 10ª posição no ranking dos Estados brasileiros com maior número de assassinatos, proporcional à quantidade de habitantes, para ocupar o 6º lugar no País.

Crianças já não temem armas, mas têm pesadelo
Alguns casos de mortes violentas ganham visibilidade na mídia, outras centenas deles são conhecidos só na periferia, onde a guerra do tráfico de drogas faz vítimas diariamente. Um exemplo chegou a estampar uma página da Gazeta e revoltar populares. Por engano, o adolescente Eleilson Silva Santos, 16, foi assassinado por três garotos com idade entre 18 e 20 anos, na Chã da Jaqueira. Ele sonhava em comprar uma casa e foi confundido com um traficante rival.

Faltam educação, família e religião
Há onze anos como psicóloga do sistema prisional de Alagoas, Silma de Oliveira diz que a vida humana é banalizada entre os criminosos e pede a ajuda da população na difícil tarefa de ressocializar os detentos. “Matar hoje em dia para eles é como furtar. Precisamos de parcerias. As pessoas esquecem que eles estão presos, mas um dia vão voltar ao nosso meio”, diz ela, ao analisar os fatores que tornam os indivíduos cada vez mais agressivos.

Vítimas da violência temem pedir ajuda
São poucas as instituições em Alagoas que oferecem acompanhamento psicológico para famílias vítimas de crimes. No interior a assistência é praticamente nula. As que existem, não conseguem atender a todas. Muitas vítimas sequer procuram ajuda. Elas têm medo de represálias, principalmente quando a violência sofrida é fruto do tráfico de drogas.
Dentro da estrutura do governo existe o Centro de Apoio às Vítimas de Crime (CAVCrime). “Nosso maior foco são as mulheres”, disse Thaísa Costa, coordenadora da unidade.

Pai de Guilherme Cabral

“Depois desse episódio eu, fatalmente, até o resto da minha vida, não serei mais a mesma pessoa. Quando nós constituímos uma família, constituímos um todo. Esse todo se parte, se quebra dentro de você, se enterra. A morte de um filho inverte a ordem natural da vida. A ordem seria os filhos enterrarem os pais. Não o inverso. Essa inversão é profundamente dolorosa. Meu filho era um rapaz de 23 anos, bonito, com educação, qualidade de vida. Mas existe uma parcela expressiva na sociedade que não tem o que o meu filho tinha. E é claro que isso gera no seio da sociedade um sentimento de revolta.

FONTE GAZETA DE ALAGOAS



Enquete
Na Eleição de outubro, você votaria nos candidatos da situação ou da oposição?
Total de votos: 27
Notícias Agora
Google News