União dos Palmares

antonio aragão //

Por volta das 19,30h deste sábado (27), na Rua Marechal Deodoro da Fonseca entre o prédio da Prefeitura Municipal e a Quadra de Esportes, local preferido para o trafico e consumo de drogas (no centro comercial de União dos Palmares), um homem vestindo uma jaqueta branca que serviu também para encobrir a cabeça e que usava óculos preto, após uma discussão, disparou quatro tiros contra o rapaz José Fernandes Ferraz de 21 anos de idade, residente na Praça Infantil Antenor Uchoa (a poucos metros de onde sofreu o atentado) e dois em seu irmão o adolescente J.E.F. de 17 anos, residente na Rua Dr. Antonio Arecipo, também no centro da cidade. Dois tiros atingiram a cabeça, outro a região lombar e quarto o tórax de José, e os dois últimos o rosto (a altura do nariz) e o tórax de J.E.F

Os primeiros levantamentos baseados em nervosos depoimentos de parentes das vitimas, anotados pelos agentes da policia civil sob o comando do Delegado Cícero Lima dão conta de que o tiroteio teve origem em função da cobrança de uma suposta divida de R$ 174,00 feita a José Fernandes por uma quarta pessoa que seria o encarregado da cobrança das drogas, cuja identidade não foi revelada, que ao perceber a negativa de José Fernandes em pagar, autorizou sua morte, bem como a de seu irmão.

Uma guarnição do PELOPES sob o comando do Tenente Vieira, o sargento Francisco e os soldados Ednaldo e Siqueira estiveram no local, fizeram uma varredura, porém não localizaram os acusados que fugiram a pé em direção a Estação Rodoviária.

Um fato que revoltou os familiares das vitimas, funcionários do Hospital Regional São Vicente de Paulo onde os rapazes receberam os primeiros socorros e dezenas de curiosos, sucedeu a decisão da clinica geral do hospital que em função da gravidade dos ferimentos resolveu solicitar o transporte de ambos para o HGE em Maceió, tendo sido informada de que para a ambulância do SAMU (conhecida como 192) fazer o traslado de acidentados tem de ter o consentimento da central, em Maceió, o que retarda o atendimento, quando é perdido tempo precioso na busca desesperada de salvar vidas humanas.

A informação do entrave burocrático revoltou a comunidade, chocou a imprensa que cobria a dupla tentativa de assassinato, e sobretudo deixa evidenciada a fragilidade do sistema de saúde no município assomado ao descaso do governo estadual, já que União dos Palmares que é considerada cidade pólo da região da Zona da Mata, é circundada por outras cidades que juntas somam uma população superior a 300 mil habitantes, ainda não dispõem de Defesa Civil, IC, IML, guarnição de Bombeiros, Resgate ou mesmo telefones de 3 dígitos para emergência, e hoje, com a triste realidade revelada publicamente, deixou a sociedade se perguntando para que tanta festa, pompa e discursos inflamados do governador Teotônio Vilela, dos Secretários Municipal e Estadual de Saúde e do próprio prefeito Areski Freitas quando da “suposta” entrega das ambulâncias ao povo da região, se a serventia delas em momentos decisivos fica na dependência de pessoas estranhas ao que ocorre no município.

Outros casos congêneres já foram registrados, segundo disse um popular que pediu para não ser identificado, que deixou a imprensa em alerta para novas denuncias se o impasse não foi resolvido por quem de direito.