Com o avanço do novo coronavírus, que começou a se espalhar em Wuhan, na China, e passou a ser transmitido em ritmo acelerado em outros países e continentes, o mundo está em estado de alerta - ainda mais após a declaração de situação de pandemia, decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil (e na América Latina), o primeiro caso da doença foi registrado no dia 26 de fevereiro deste ano, em um paciente que veio da Itália para São Paulo. Desde então, as autoridades de saúde estão tomando providências e anunciando medidas para conter a contaminação da melhor maneira possível.
Por ser uma doença nova, ainda há muitas dúvidas sobre a disseminação, sintomas, cuidados e cura da Covid-19. Abaixo seguem as respostas para as principais perguntas sobre o tema de acordo com os canais oficiais da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, do Ministério da Saúde e da OMS. Confira:
O coronavírus vem de uma família de vírus que provoca infecções respiratórias. No momento, o mundo passa por uma pandemia do novo coronavírus, que teve início em 31 de dezembro de 2019 na China e passou a ser transmitido pelo mundo todo. O coronavírus provoca a doença que leva o mesmo nome, ou Covid-19.
Conhecidos desde meados de 1960, os coronavírus costumam causar doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Contudo, alguns podem causar doenças graves com impacto em termos de saúde pública, como o que está sendo transmitido agora.
Os sinais e sintomas clínicos são principalmente respiratórios, semelhantes aos de um resfriado. Em alguns casos, podem também causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias.
Sintomas comuns:
Sintomas graves:
Os sintomas podem aparecer entre 1 e 12 dias após a exposição ao vírus.
Esse é o intervalo entre a data de contato com o vírus até o início dos sintomas. No caso do coronavírus, esse período pode durar de um dia até duas semanas.
O vírus causador da Covid-19 pode se propagar por meio de gotículas do nariz ou da boca via tosse ou espirro. Ainda há estudos que avaliam se a doença pode ou não ser transmitida pelo ar.
Por enquanto, o que se tem certeza é que a transmissão ocorre por contato com:
Dessa forma, aperto de mão, beijos e abraços, normalmente usados para cumprimetos, pelos brasileiros, devem ser evitados.
Até o momento, não. No entanto, há esforços de cientistas ao redor do mundo, incluindo no Brasil, que já iniciaram pesquisas para desenvolvimento de vacina. Ainda é precoce indicar se e quando ela estará disponível.
Em caso de complicações da infecção, como por exemplo, insuficiências respiratórias, o óbito pode ocorrer. No entanto, a maioria dos casos não leva à morte.
Segundo o Ministério da Saúde, as orientações devem ser adaptadas pelos gestores estaduais e municipais, de acordo com a realidade local. “Não há uma regra única para todo o país. Cada região deve avaliar com as autoridades locais o que se deve fazer caso a caso. Neste momento, nós não temos o Brasil inteiro na mesma situação, por isso é importante analisar o cenário de casos e possíveis riscos”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.
De maneira geral, as principais recomendações são:
Em caso de suspeita de coronavírus, o Ministério da Saúde recomenda evitar ao máximo sair de casa. O paciente só deve procurar o serviço de saúde quando houver problemas mais sérios que necessitem de cuidados especiais, como dificuldade para respirar.
Na maioria do caso, o recomendado é:
O diagnóstico é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou coleta de secreções da boca e nariz). O procedimento deve ser realizado em uma unidade de saúde.
As amostras são encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), definido pelo Ministério da Saúde para cada região.
Nessa condição, quando há recomendação médica para isolamento domiciliar, o paciente deve ser mantido em casa, recebendo cuidados como hidratação e repouso. Os familiares devem tomar as precauções já indicadas, como evitar compartilhamento de objetos pessoais, contatos com secreção do paciente e higienização constante das mãos e do ambiente.
Valem as dicas básicas de cuidados de prevenção e prestar atenção em eventuais sinais ou sintomas.
No momento, não há recomendação para uso de máscaras para a população em geral. Quem estiver saudável, não precisa se preocupar.
Segundo o Ministério da Saúde, as máscaras faciais descartáveis devem ser utilizadas por profissionais da saúde, cuidadores de idosos, mães que estão amamentando e pessoas diagnosticadas com o coronavírus.
Não é necessário usar máscaras, no momento. As recomendações são para cada pessoa seguir e repassar a amigos e familiares as dicas de prevenção, sobretudo a higienização das mãos.
Até o momento, o governo federal não definiu medidas nesse sentido. Qualquer decisão envolvendo fluxo internacional depende das autoridades federais.
Também não há nenhuma medida de monitoramento de temperatura de pessoas vindas da China ou de outro país com registro de Covid-19, já que, segundo o Ministério da Saúde, não há impacto efetivo no procedimento, tendo em vista que as pessoas podem chegar ao Brasil sem sintomas.
O vírus tem vida de 24 horas. Tudo que vem da China, por exemplo, demora mais que esse período para chegar ao Brasil. Por enquanto, não há indícios ou evidências de que seja necessária evitar a importação de produtos.
O Ministério da Saúde orienta que essas viagens sejam realizadas apenas em casos de extrema necessidade. Essa recomendação vale até que o quadro todo esteja bem definido.
Como o cenário internacional do coronavírus é dinâmico, o Ministério está atualizando as áreas com transmissão local de acordo com as informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) neste link.
Antes de viajar, vale ficar atento nas fronteiras de cada país. Até o momento, mais de 40 nações decidiram fechar as fronteiras - medida que ainda não foi adotada no Brasil -, impedindo turistas de voltarem para casa.
Até o momento, não há nenhuma recomendação das autoridades de saúde sobre estocagem de alimentos. O Ministério da Saúde, no entanto, afirma que é possível que famílias armazenem produtos de higiene como uma medida
de prevenção. No caso das crianças, recomenda-se que os pais ou responsáveis adquiram fraldas e outro produtos em uma maior quantidade para que se evite aglomerações em supermercados e farmácias.
O governo pede que as pessoas comprem antecipadamente e tenham em suas residências medicamentos para a redução da febre, controle da tosse, como xaropes e pastilhas, além de medicamentos de uso contínuo.
A OMS, contudo, orienta que - em casos em que o uso dos medicamentos seja feita sem orientação médica - não se deve optar por ibuprofeno para tratar possíveis sintomas de Covid-19. "Em casos suspeitos, recomendamos paracetamol, e não ibuprofeno", afirmou um dos porta-vozes da organização, Christian Lindmeier.
Apesar de não haver um dado oficial, informações mais recentes da OMS mostram que, na China, a taxa era de 3,5%, equanto em outros países o percentual registrado foi de 1,5%.
Não há, até o momento, nenhuma evidência de que a transmissão do novo coronavírus aconteça por meio de animais de estimação domésticos.
A OMS junto de outros órgãos de saúde ao redor do mundo somam mais de 30 mil casos de pacientes que já se recuperaram da doença, segundo um levantamento feito pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
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