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Polícia
22/02/2020 04:00:00

PM preso por estupro e morte diz que conduzia viatura sob o efeito da cocaína

Josevildo Valentim afirma que droga era fornecida pelos próprios colegas durante o serviço


PM preso por estupro e morte diz que conduzia viatura sob o efeito da cocaína

O policial militar Josevildo Valentim, acusado de estuprar e matar a jovem Maria Aparecida, em Maceió, contou que é usuário de cocaína e que não lembra de nada do que ocorreu no dia em que ele praticou o crime. Ele também afirmou que costumava conduzir a viatura da Polícia Militar sob efeito de drogas, depois que os próprios colegas o abasteciam do entorpecente. As declarações foram dadas durante entrevista à TV Ponta Verde. 

"Quem me dava das drogas eram os próprios colegas. Quando estava dirigindo a viatura sob o efeito da cocaína eu me sentia atento a tudo e não tinha medo de nada", afirmou o militar, que está detido no sistema prisional alagoano. 

 

Valentim ainda ressalta que devia a traficantes e agiotas e que, no dia do crime, consumiu 20 gramas da cocaína e saiu para comprar cigarro. Depois disso, ele diz não ter mais nenhuma lembrança. 

"Eu comprei 20 gramas de cocaína por trezentos reais. Me tranquei num quarto da casa e usei 17 gramas. Sempre que 'cheirava', eu também fumava ou bebia. E nesse dia eu saí para comprar cigarro na Pajuçara. Lembro que parei na Praça da Faculdade e cheirei os últimos três gramas. Não lembro como encontrei as vítimas [Maria Aparecida e o namorado dela, que ficou ferido] e nem de mais nada", falou. 

Apesar de não ter lembranças desse dia, Valentim conta que uma voz dizia a palavra 'mate', todo o tempo, ao ouvido dele. Voz essa que ele diz que continua sendo ouvida, diante da abstinência da droga. 

Depois de preso, Valentim chegou a ser socorrido e ficou internado no Hospital Geral do Estado (HGE), após atentar contra a própria vida, ingerindo uma grande quantidade de medicamentos. "Não aguentei viver com essa culpa. Essa dor na consciência. Ingeri 91 comprimidos", disse, ressaltando que chegou a ser agredido por outros policiais enquanto esteve no hospital. 

Por fim, Valentim falou que está arrependido do que fez, mesmo não tendo consciência e nem lembrança do ocorrido. "Cometi um ato brutal, que não tem nem como ser perdoado. Eu me arrependo. Quem me conhece sabe que eu, por mim mesmo, não teria coragem de fazer uma coisa dessas", pontuou. 

O advogado de defesa do acusado tenta provar que ele tem problemas psiquiátricos e que precisa de tratamento. Diz ainda que o primeiro erro foi cometido pela própria corporação, que sabia que o militar era usuário e não fez nada para buscar um tratamento para ele. 

A Gazetaweb tenta contado com a Polícia Militar para falar sobre o assunto. 

Gazetaweb



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