A Bradar, subsidiária da Embraer no setor de Defesa, firmou o 1º contrato de venda com um país estrangeiro, a Mauritânia. A Sputnik Brasil ouviu um especialista para analisar o impacto da transação.
O produto brasileiro no centro do acordo é o radar nomeado como Sensor de Acompanhamento de Alvos Aéreos Baseado na Emissão de Radiofrequência (Saber M60), produzido pela Bradar. Sobre a venda do produto à Mauritânia e seus desdobramentos, a Sputnik Brasil entrevistou Roberto Caiafa, especialista em Defesa e armamentos e editor da revista Infodefensa.
Segundo Caiafa, o Saber M60 é o principal produto da subsidiária da Embraer, especializada na pesquisa, desenvolvimento e produção de radares.
"O Saber M60 é o seu [da Bradar] produto carro-chefe. É um radar leve, de curto alcance e baixa altura que já é empregado pelos Forças Armadas brasileiras desde 2012 com muito sucesso", explica Caiafa.
O especialista também afirmou que entre as características do produto se destaca a portabilidade, sendo indicado para fazer cobertura de pontos críticos da infraestrutura de um país.
Caiafa explica ainda que o radar pode ser transportado em aeronaves leves de transporte, facilitando a chegada a áreas desprovidas de cobertura de radar.
"Tanto a tecnologia Doppler, de emissão e recepção de sinais quanto o processador principal e os processadores secundários que realizam a computação de dados, a interface de controle que é através de notebook robustecido, todo o software de controle, toda a simbologia de missão, todos os módulos de operação, é tudo desenvolvido no Brasil. É um produto 100% nacional", detalha Caiafa.
Segundo o especialista, o sucesso do Saber M60 está garantindo o desenvolvimento de mais produtos baseados na tecnologia, respeitando o planejamento de Defesa brasileiro.
"O Exército brasileiro tem um programa estratégico chamado Defesa Antiaérea e esse programa estratégico preconiza o desenvolvimento autóctone nacional de uma capacidade de defesa antiaérea de média altura ou de grande altitude", aponta Caiafa.
?Sob essa diretriz, o setor de Defesa no Brasil desenvolverá projetos em parceria, além da produção de tecnologia própria.
"Muito provavelmente os mísseis serão desenvolvidos em uma parceria entre o Brasil e outros países que já têm uma tecnologia mais avançada nesse segmento. Mas a parte dos sensores, a parte da inteligência de você controlar o que está no seu espaço aéreo vai ser realizada pelos novos radares que a Bradar está desenvolvendo", afirma.
A Mauritânia é considerada cliente tradicional do Brasil no setor de Defesa, tendo adquirido anteriormente aeronaves militares da Embraer e inclusive jatos comerciais da empresa, conforme publicou o site da Infodefensa.