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Especial
15/02/2020 23:55:00

55% das mulheres encarceradas em Alagoas respondem por tráfico

Brasil já conta com a terceira maior população carcerária feminina do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Tailândia


55% das mulheres encarceradas em Alagoas respondem por tráfico

As mulheres têm se tornado cada dia mais presentes no mundo do crime. Pesquisas mostram que as prisões por tráfico de drogas têm aumentado em todo o país, outros crimes envolvem roubo e furto. Em Alagoas, 89 das 162 mulheres que estão recolhidas no Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia respondem por tráfico de drogas, o que corresponde a 55% do total da população da unidade. Já em todo o sistema prisional, Em 2019, do total de 3.322 entradas no complexo penitenciário, 1.096 foram por tráfico de drogas.

O valor corresponde a 33% das prisões. No início de 2020 até agora, 6 mulheres foram presas por envolvimento com o tráfico de drogas. Os homens totalizam 29 no mesmo período. Dados da Diretoria de Análise de Políticas de Públicas da fundação Getulio Vargas (FGV DAPP) publicado em 2016 mostrou que Brasil é proporcionalmente o terceiro país com a maior população carcerária feminina do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (1º) e da Tailândia (2º). Ultrapassamos a China e a Rússia. De acordo com o estudo, o crime de tráfico de drogas continua sendo o principal responsável pelas prisões de mulheres no país. “Uma vez preso, o traficante precisa de alguém de sua confiança fora do presídio para gerenciar as atividades ilícitas do tráfico e essa tarefa geralmente tem recaído sobre as mulheres, por esse motivo o número de mulheres presas têm crescido”, explica o delegado Gustavo Henrique, coordenador da coordenador da Delegacia de Repressão de Narcotráfico (Denarc). Para levarem adiante os trabalhos realizados pelos maridos as mulheres tendem a continuar à frente do tráfico e chefiar o mundo das drogas. Algumas delas se envolvem no crime ao tentar entrar com drogas, que seriam para os companheiros, dentro dos presídios. Em janeiro deste ano, uma mulher foi presa depois de tentar entrar com drogas dentro do Presídio Baldomero Cavalcanti, localizado no Sistema Prisional, usando o próprio filho de apenas 6 anos. Os policiais penais desconfiaram de um “volume estranho” na cueca da criança e acharam cerca de 300 g de maconha.

Outros casos foram registrados ao longo do ano passado e nem mesmo a tecnologia usada dentro dos presídio tem impedido essas tentativas, muitas vezes, frustradas. Conforme dados obtidos pela Gazeta de Alagoas, os principais entorpecentes apreendidos no estado este ano foram maconha, cocaína, crack e ecstasy. Em Alagoas, somente no ano passado, 5.331 unidades da droga foi apreendida. As principais substâncias comercializadas no estado são LSD e Ecstasy, conhecidas também, como “bala” e “doce”, respectivamente. O delegado afirmou que o trabalho da polícia no combate ao tráfico tem crescido no estado, mas que o principal problema enfrentado pela delegacia é o efetivo reduzido. “O combate é diuturno, sendo a grande maioria das operações deflagradas após minucioso trabalho de inteligência da Delegacia de Narcóticos (DENARC). Isso tem contribuído muito para o aumento de apreensões e prisões e, consequentemente, o combate ao tráfico de drogas. Atualmente, o principal problema é o efetivo que é reduzido, aquém da necessidades para atender a grande demanda de trabalho envolvendo o combate ao tráfico”. Diversas apreensões foram feitas desde o início do ano, principalmente de drogas sintéticas e cocaína. O destino delas é a incineração à medida que a Justiça de Alagoas autoriza tal procedimento. Em 2019, a PC apreendeu mais de 2 toneladas de drogas (2.092.337), sendo 1.956 kg de maconha, 19,82 kg de crack e 134 kg de cocaína. Já em 2018, menos de uma tonelada (967.252) foi apreendida em todo ano, o que representa um crescimento de 116% entre os anos relacionados. Com relação a 2020, até o fechamento desta edição, 50 kg de drogas já havia sido recolhidas pelas autoridades policiais. Destas, 26 kg são de maconha, 21 kg de cocaína e pouco mais de um quilo de crack. Apesar disso, o delegado da PC afirma que o número de apreensões de maconha tem caído ao longo do tempo devido à popularização da cocaína.

“O combate ao tráfico de drogas começou bem intenso este ano. Em janeiro houve grandes apreensões de drogas sintéticas e também cocaína. Percebe-se que as apreensões de maconha estão diminuindo, ao passo que a cocaína tem aumentado muito. Isso se deve a popularização da cocaína, a margem de lucro que é maior e também a facilidade para transportar e ocultar por ser em menor quantidade”, afirma o delegado.

Gazeta de Alagoas



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