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Brasil
09/01/2020 16:00:00

Brasil registra em 2019 segundo maior número de mortes por dengue em 21 anos


Brasil registra em 2019 segundo maior número de mortes por dengue em 21 anos
Com novo avanço da dengue, o ano de 2019 registrou o segundo maior número de mortes pela doença desde 1998, ano de início da série histórica.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, até o dia 7 de dezembro, já haviam sido confirmadas 754 mortes por dengue. 

Na prática, o total fica abaixo apenas do registrado em 2015, quando houve uma das piores epidemias da doença, com 986 mortes. 

O número, porém, ainda pode crescer, já que o balanço não contabiliza o ano fechado. Até o dia 7, também havia 221 mortes suspeitas pela doença ainda em investigação. 

Os dados retratam o impacto do novo avanço da dengue ocorrido em 2019, após dois anos com baixo número de registros.

Ao todo, de janeiro até o início de dezembro, o ministério contabilizava 1.527.119 casos prováveis da doença. 

É o segundo maior número desde que esses registros passaram a ser contabilizados, em 1990. A comparação do total de casos foi noticiada pelo jornal O Globo.

O número também representa um crescimento de 517% em relação a 2018, ano em que foram registrados apenas 247.393 casos. O baixo número de registros naquele ano, porém já era esperado devido ao acúmulo de dois anos com epidemia, caso de 2015 e 2016.

Já em 2019, especialistas têm relacionado a nova alta com o aumento na circulação do sorotipo 2 da dengue, o que não ocorria com maior força desde 2008. A mudança acaba por aumentar a chance de haver pessoas suscetíveis ao vírus. Antes, o sorotipo de maior circulação no país era o 1 - há quatro possíveis.

Para o coordenador do programa de dengue do ministério, Rodrigo Said, a mudança no sorotipo predominante ao fim de 2018, somada a fatores climáticos e à entrada em áreas de alto contingente populacional, ajudam a explicar o alto número de casos.

"Tivemos em 2019 um verão bem intenso, com altas temperaturas, o que favorece a reprodução do mosquito e ocorrência de epidemias", afirma. "Também tivemos a mudança no sorotipo. Se observarmos a série histórica, a cada momento em que há essa mudança, há aumento de casos."

Já o alto número de mortes pode estar relacionado, além do novo avanço da doença, a registros que apontam possibilidade de maior ocorrência de casos mais graves com sorotipo 2, aponta. 

Alerta para 2020
 
Com o segundo maior número de casos da série histórica, o Ministério da Saúde classifica o cenário ocorrido em 2019 como uma "epidemia concentrada" em algumas regiões.
Isso porque, do total de 1,5 milhão de casos, 65% ocorreram nos estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.

Para Said, ao mesmo tempo em que indica uma concentração dos casos, a situação acaba por lançar um alerta também para o ano de 2020.

"Quando falamos que a epidemia foi mais concentrada no Sudeste e Centro-Oeste, isso aponta a necessidade de cuidado para este ano sobretudo no Norte e Nordeste", afirma.
"Nossa preocupação é observar se vai haver uma mudança no sorotipo nessas regiões", diz ele sobre áreas em que o sorotipo 2 ainda não é o predominante em circulação.

Além disso, a ocorrência maior da doença em algumas áreas dentro dos estados indica que mesmo São Paulo e Minas Gerais ainda podem ter novo avanço da doença. "Há regiões em São Paulo que não foram muito impactadas em 2019", afirma.
 
Diário de Permambuco


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