O Itamaraty estuda um plano de evacuação dos diplomatas brasileiros sediados no Irã e Iraque caso a escalada de tensão com Estados Unidos se intensifique após a morte do general iraniano Qasem Soleimani. As informações são do colunista Guilherme Amado, da Revista Época.
Nesta segunda-feira (6), o Ministério das Relações Exteriores confirmou que a encarregada de negócios do Brasil em Teerã foi convocada pela chancelaria iraniana para uma reunião após o governo de Jair Bolsonaro divulgar uma nota em que defende a “luta contra o terrorismo”.
Por questão de segurança, o Itamaraty não divulgará para onde serão feitas as eventuais realocações. Entretanto, os diplomatas, oficiais de chancelaria e assistentes de chancelaria do Iraque seriam provavelmente transferidos para o Kuwait, a Jordânia ou a Arábia Saudita. Os do Irã iriam, a princípio, para o Azerbaijão.
Segundo o Itamaraty, a conversa com a representante brasileira foi reservada e "transcorreu com cordialidade, dentro da usual prática diplomática". O MRE acrescentou que não irá comentar o conteúdo da reunião.
"Informamos que a Encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, assim como representantes de países que se manifestaram sobre os acontecimentos em Bagdá, foram convocados pela chancelaria iraniana. A conversa, cujo teor é reservado e não será comentado pelo Itamaraty, transcorreu com cordialidade, dentro da usual prática diplomática", disse o Itamaraty.
A convocação da diplomata brasileira em Teerã ocorreu após o Itamaraty emitir uma nota na sexta-feira sobre a morte do general iraniani Qassem Soleimani, em que manifestou "apoio à luta contra o flagelo do terrorismo".
Soleimani, considerado a segunda autoridade mais importante do Irã, foi morto na sexta-feira em um ataque dos EUA em Bagdá. Visto como "terrorista" pelo governo norte-americano, ele era um herói nacional para muitos iranianos, mesmo aqueles que não se consideram apoiadores devotos da elite clerical do país.
com informações da Reuters
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