SIGA NOSSO:
A segurança pública foi uma das principais pautas de 2019, com o governo Bolsonaro assumindo o poder após grandes promessas para a área feitas no período eleitoral.
O antropólogo, comentarista de Segurança Púbica e ex-instrutor do Bope, tropa de elite da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), Paulo Storani, em entrevista à Sputnik Brasil, disse que houve uma redução significativa nos indicadores de violência no país no último ano.
"Se nós tomarmos com base os indicadores de violência, os indicadores que marcam a quantidade de delitos cometidos, tivemos uma redução significativa de alguns índices que são muito importantes, porque inserimos medidores do nível de eficácia de determinadas ações, mas também da capacidade que nós temos de intervir na dinâmica social, dinâmica da violência e do crime", afirmou Storani.
De acordo com ele , houve uma redução das mortes violentas, redução de roubos, furtos, que apesar de ser maior em alguns estados do que em outros, houve no Brasil um número significativo de redução da violência.
"Devemos a isso uma atitude do governo federal, numa postura muito dura em relação à questão da criminalidade, do combate à criminalidade, a necessidade de entender a segurança pública como forças que devem ser integradas a partir do governo federal, envolvendo estados e munícipios", disse o especialista.
"De uma forma geral, baseado nesses indicadores, podemos dizer que este ano houve foi um ponto de inflexão em todo um histórico que nós estamos tendo nos últimos anos. Mas é o suficiente? Deve continuar dessa maneira? Essas perguntas que devemos pautar para entender o sistema de segurança pública que precisa ser implementada", acrescentou.
Outro aspecto levantado por Paulo Storani foi o fato de que em governos anteriores, os presidentes da República e os ministros da Justiça sempre transferiram a responsabilidade da segurança pública para os governadores dos estados.
"O que nós vemos hoje é um governo que adota um discurso de que a segurança pública é uma responsabilidade federal, não só nas medidas que lhe cabem nas suas instituições, mas também induzir políticas públicas nesse sentido, envolvendo estados e municípios", completou.
