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briga familiar que já dura mais de 20 anos entre as famílias Dantas e os Boiadeiro, na cidade de Batalha, no Sertão de Alagoas, parece ter chegado ao fim após um acordo ser firmado em audiência mediada pela 4a Vara Criminal da Capital no início deste mês. A informação foi repassada à reportagem da Tribuna Independente pela advogada Mabylla Loriato Ferreira, responsável pela defesa de José Márcio Cavalcanti de Melo, Baixinho Boiadeiro.
Baixinho responde a três processos na Justiça e chegou a ser condenado a 45 anos de prisão pelo duplo homicídio ocorrido em 2006, que vitimou o irmão da atual prefeita de Batalha, Marina Dantas e um segurança que trabalhava para Paulo Dantas, gestor do município à época e esposo de Marina. O júri, no entanto, foi anulado após recurso ajuizado pela defesa dos réus, que descobriu que uma das juradas trabalhava como estagiária no Poder Judiciário na época do julgamento.
De acordo com Mabylla Ferro, até então a audiência realizada no início do mês seria para tratar da apuração do crime de calúnia cometido por Baixinho Boiadeiro, quando ele acusou Paulo Dantas – que hoje é deputado estadual pelo MDB -, de ter sido o responsável pela morte do pai, então vereador em Batalha, Neguinho Boiadeiro, em um assassinato ocorrido em novembro de 2017.
No entanto, Baixinho Boiadeiro surpreendeu a todos e sugeriu um acordo de paz entre as famílias. Para selar a tratativa, ele retirou as acusações feitas contra Paulo Dantas em relação ao suposto desvio de recursos da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) e do homicídio do seu pai, Neguinho Boiadeiro.
“Tudo que Baixinho Boiadeiro quer da sua vida é voltar a viver em Paz, trabalhar e criar seus filhos”, relatou a advogada em contato com a Tribuna na última quinta-feira (26).
LIBERDADE
Baixinho Boiadeiro pode deixar a prisão em janeiro de 2020, após obter decisão favorável no habeas corpus pelo homicídio do vereador de Batalha, Tony Pretinho, crime que ocorreu em dezembro de 2017. Baixinho deve retornar à liberdade também em decorrência da acusação de tentativa de homicídio contra José Emílio Dantas.
Sobre essa situação, Mabylla pontuou que ao contrário do que afirma a assistente de acusação, Janine Nunes Santos, a população de Batalha recebe a notícia da provável liberdade de Baixinho Boiadeiro com felicidade.
“Desde o assassinato do seu pai, Baixinho Boiadeiro não mais retornou a cidade. Sua família praticamente abandonou os seus bens, que ficaram aos cuidados de funcionários. Inclusive, amigos da família Boiadeiro foram vítimas de homicídio. Sendo a família Boiadeiro mais prejudicada, vendendo bens, deixando propriedades fechada ou aos cuidados de funcionários. Todos estes fatos levaram a família Boiadeiro a não suportar mais viver pelo mundo, sem residência fixa e sem trabalho, fato que levou ao acordo de paz”, finaliza a advogada.
Tribuna Hoje
