23/04/2024 20:25:33

Maceió
25/12/2019 18:00:00

Afundamento do solo: posto de combustível encerra atividades no Mutange

Fechamento do estabelecimento se deu por medida de segurança, diz faixa no local


Afundamento do solo: posto de combustível encerra atividades no Mutange

m posto de combustível localizado na Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, no Mutange, encerrou as atividades devido ao problema de afundamento que afeta bairros em Maceió. O fechamento se deu por medida de segurança, conforme explicação da direção.

Uma faixa foi colocada no local. Segundo o informe, o fechamento ocorreu para que não houvesse riscos para as pessoas. “Devido a situação que se encontram os bairros afetados pela extração de sal-gema, feita pela Braskem, estamos encerrando nossas atividades, vendo como prioridade a sua segurança e de todos neste local. Agradecemos a cada um de vocês pela preferência, mas não podemos continuar colocando em risco todos que aqui se encontram”, disse o comunicado.

A reportagem da Tribuna Independente esteve no local, nenhum responsável pelo estabelecimento foi encontrado. Procurado, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (Sindicombustíveis) informou que o estabelecimento não era filiado à entidade, portanto não seria possível contato ou informações detalhadas a respeito do fechamento.

Segundo o presidente da Associação dos Moradores do Mutange, Arnaldo Manoel, a comunidade já esperava o fechamento do posto. “Fechou semana passada. Não tinha morador do bairro [trabalhando] e já esperávamos pelo fechamento”, explicou.

Este é o segundo posto de combustível que fecha em decorrência do problema de afundamento nos bairros do Pinheiro, Bebedouro e Mutange. O primeiro fechamento ocorreu num posto no bairro do Pinheiro.

O posto fica situado na área de resguardo criada pela Braskem. Segundo a empresa, não há uma relação com os nomes dos locais, cabe a cada morador/proprietário fazer o contato mediante os canais de atendimento para agendar as negociações.

A área de resguardo criada pela Braskem corresponde a um perímetro que abrange 500 imóveis entre os bairros do Pinheiro e Mutange. A alegação da empresa é que as áreas precisam passar por processos de fechamento e  monitoramento e portanto, há a necessidade de evacuação na área. O prazo para que os moradores sejam retirado é 15 de janeiro de 2020. A empresa já iniciou a negociação com os moradores para que eles sejam retirados e recebam ajuda financeira para a saída.

Entenda o caso

A crise ambiental, econômica e social instalada no bairro do Pinheiro e também nos bairros de Bebedouro, Mutange e Bom Parto retratadas no documentário foi iniciada em março de 2018 após um evento sísmico de magnitude 2,5 na escala Richter. O tremor foi o estopim para um problema que já vinha ocorrendo há anos sem, contudo, haver relação estabelecida. Depois deste evento, uma sequência de rachaduras e fissuras em imóveis e vias obrigaram a Defesa Civil de Maceió a desocupar mais de 2.700 imóveis no bairro do Pinheiro. Outros 1200 em áreas de encosta devem sair até 2020 e outros 500 devem ser desocupados pela Braskem. A empresa é apontada pelo Serviço Geológico do Brasil como responsável pelo afundamento nos bairros devido à exploração de sal-gema.

Até agora, quase dois anos após o tremor nenhum dos moradores recebeu indenizações. Há cerca de um ano os 2700 moradores do Pinheiro vivem com ajuda humanitária enviada pelo Governo Federal. Diversos processos tramitam na Justiça Federal envolvendo a Braskem, Agência Nacional de Mineração (ANM) e moradores. A área segue em monitoramento mas não há definição, pelo menos até agora, de como a problemática pode ser resolvida.

Tribuna Hoje



Enquete
Na Eleição de outubro, você votaria nos candidatos da situação ou da oposição?
Total de votos: 39
Notícias Agora
Google News