A Nação notadamente a Nação Negra de todo Universo se curva mais uma vez a passagem dos 354 anos da morte do líder negro Zumbi dos Palmares cuja passagem pelas terras palmarinas legou a posteridade uma história de luta renhida e heroica em busca em busca da Liberdade que somente prevaleceu na década de 80 do século 18 com a Promulgação da Lei Aurea.
Já em meados do século XX um grupo de brasileiros foi em busca da preservação desta história – estranhamente quase relegada a segundo plano pelo povo de União dos Palmares mas que tem ressonância nos rincões do mundo.
As controvérsias sobre Zumbi são muitas a partir de sua naturalidade que, segundo os historiadores, ocorreu no município Porto Calvo. Na história do Negro, consta que após seus pais que seriam reis africanos escravizados foram vendidos e entregaram a guardo menino aos 8 anos a um sacerdote da igreja católica que o educou como filho ensinando-lhe as línguas portuguesa, latim e espanhol além de ciências exatas como matemática e noções de primeiros socorros. Em troca, Zumbi ajudava nos ofícios religiosos durante as missas e cuidava da conservação da igreja.
Enquanto recebia cuidados e ensinamentos, cresciam os rumores da fundação de uma núcleo de escravos foragidos em um local que ainda nem tinha nome mas por oferecer uma visão privilegiado de um vale imenso e ser de difícil acesso fora escolhido para ser a sede do Quilombo dos Negros foragidos de Pernambuco.
Daí o desfecho dessa parte da história: Zumbi assumiu o comando do Quilombo depois de matar, em duelo, seu tio Ganga Zumba em disputa do comando do Quilombo e pouco depois foi cercado e morto pelas tropas portuguesas sob o comando de Domingo Jorge Velho a mando do governo monárquico da época que não controlava os saques aos donatários das capitanias entre os estados de Pernambuco e Alagoas comandados por Zumbi.
O tempo passou e chegamos ao século XXI. O estado de Alagoas o segundo menor territorialmente idem segundo economicamente do Brasil cresceu e com ele União dos Palmares que já foi até a terceira cidade mais importante do estrado. A serra que ainda esconde mistérios quase indecifráveis está lá e o governo celebra em nível de Brasil a data da morte daquele que primeiro difundiu a Liberdade na História da Nação antecedendo-se mesmo a Marechal Deodoro que proclamou a República.
Instituída para gerir toda esta passagem histórica, foi fundada a Fundação Zumbi que entre outras coisas recebe subsídios do governo federal para manter acesa esta bonita passagem de nossos antepassados. O primeiro erro é que a fundação é em Brasília e que por motivos eminentemente políticos fechou seu escritório de representação em União dos Palmares centro de todas as atenções mundiais.
Nunca foi fundado em território palmarino um museu a exceção de um museu na zona rural de uma empresário que possui um restaurante. A lembrança de todo acervo histórico se reflete em bonecos de ferro e arame espalhados desde o acesso à cidade via BR-104 até o centro da administração municipal. Todo dinheiro endereçado a preservação e manutenção das coisas referentes a Zumbi nunca chegam a União dos Palmares. Ficam retidos para custear banquetes e passagens aéreas para locais diferente do centro de tudo,: União dos Palmares.
Recentemente, por União ser um município estratégico no aspecto eleitoral, pois é o município sede de uma região, o governo do estado construiu o acesso ao pátio do histórico morro a 408 metros de altitude e que dista 7,5 quilômetros do centro da cidade.
Aí, o desfecho de uma realidade: para a conclusão da obra, foi necessário a escavação arqueológica que demonstrou a importância da passagem de Zumbi para a história do Brasil: urnas funerárias com 900 anos foram encontradas pelo arqueólogo da Universidade Federal de Pernambuco, Scott Joseph Allen. As urnas pertenceriam a índios que eram nativos da região muito antes de Zumbi, portanto, de um valor histórico inestimável. Foram levadas para a UFAL em Maceió que recentemente abandonou o Museu Jorge de Lima (príncipe dos Poetas brasileiros0 em cujo museu que nasceu e residiu no centro de União dos Palmares com seus pais não consta nenhuma obra escrita pelo médico poeta, conhecido mundialmente cuja obra foi traduzida para 9 línguas.
Apenas folders com passagens de seus escritos. Um deles, no sanitário do ‘museu’ o que simboliza o descaso da UFAL para com a cultura alagoana. Foi destruída uma escada que dá acesso ao primeiro andar do secular prédio e que era de pinho vindo de Portugal em navios que foi substituída para uma escada em alvenaria em forma de caracol. O piso do andar superior está comprometido e a visitação pública está proibida porque lá existem relíquias extraídas na Serra da Barriga e que estão proibidas ao público para não serem difundidas.
Ironicamente, a Fundação Palmares tem conhecimento de todos estes fatos e nada faz no sentido.
A nossa história tão difundida no mundo se resume a uns velhos cacarecos abandonados pelo poder econômico que estranhamente não quer que União dos Palmares se torno um centro turístico. Contra fatos e fotos não existem argumentos. Vejam a matéria fotográfica feita por nossa equipe na última segunda feira à revelia da vontade da UFAL, da Prefeitura Municipal e da Fundação Zumbi.
Antonio Aragão
Editoria Agência Tribuna União